terça-feira, 31 de maio de 2016

Água pode ter chegado à Lua levada por asteroides, diz estudo

ESTUDO

Após a Lua ter surgido de uma colisão entre a Terra e um planeta do tamanho de Marte há cerca de 4,5 bilhões de anos, ela foi bombardeada com asteroides ricos em água


Água  na Lua
Embora os cientistas hoje tenham certeza de que há água retida na Lua, eles não sabem em que quantidade
PUBLICADO EM 31/05/16 - 20h02
Depois que as missões Apollo coletaram rochas da superfície da Lua e as trouxeram para a Terra, cientistas passaram décadas convencidos de que o nosso vizinho celeste era mais seco que um osso.
Mas eles estavam errados. Há quase uma década, novas tecnologias detectaram a presença de água naquelas amostras de poeira.
Um novo estudo, que será publicado quarta-feira na revista britânica Nature Communications, revela como e quando aquela água foi parar na Lua.
Em uma palavra: asteroides.
Após a Lua ter surgido de uma colisão entre a Terra e um planeta do tamanho de Marte há cerca de 4,5 bilhões de anos, ela foi bombardeada com asteroides ricos em água, conhecidos como condritos carbonáceos, por dezenas de milhões de anos ou mais, segundo a pesquisa.
O estudo afirma, ainda, que a Terra também foi atingida por aqueles asteroides.
"A Lua pode ser vista como uma cápsula do tempo gigante, que preserva um registro da história dos impactos na Terra e na Lua desde a sua formação", afirmou a autora principal do estudo, Jessica Barnes, pesquisadora da The Open University, no sul da Inglaterra.
No nosso planeta, esse registro foi em grande parte apagado pelas placas tectônicas, que moveram continentes como peças em um jogo de tabuleiro.
Bola gigante de magma

Embora os cientistas hoje tenham certeza de que há água retida na Lua, eles não sabem em que quantidade, disse o coautor Roman Tartese, pesquisador do Instituto de Mineralogia do Museu Nacional de História Natural da França.
"Se extrapolarmos a partir das amostras de Apollo, o interior lunar poderia conter 1.000 trilhões de toneladas" de água, disse Tartese à AFP.
Se de fato há água nessa quantidade, ela provavelmente está presa dentro de minerais na forma de moléculas de hidroxila (OH), acrescentou o pesquisador.
Na superfície, até um bilhão de toneladas de água congelada - o suficiente para encher um milhão de piscinas olímpicas - provavelmente estão alojadas dentro de crateras profundas ao redor dos polos norte e sul lunares, aonde os raios do sol não chegam.
Uma pesquisa recente concluiu que a água "está presa lá há três ou quatro bilhões de anos", disse Tartese por e-mail.
A água na Lua poderia ter implicações muito práticas.
Se futuras missões científicas puderem extrair oxigênio dessas moléculas, os astronautas poderiam respirar e viver dentro de bases na superfície lunar.
Já o hidrogênio, se for separado do oxigênio, poderia ser usado como combustível para foguetes ou operações de mineração baseadas no espaço.
"Isso pode parecer ficção científica", disse Tartese. "Mas é uma das razões pelas quais várias agências espaciais - incluindo a Agência Espacial Europeia e a NASA - estão desenvolvendo missões robóticas para explorar novas regiões e estimar melhor a quantidade de gelo" na Lua, completou.
Também é possível, segundo os pesquisadores, que parte da água presente na superfície lunar tenha sido expelida por erupções vulcânicas e borbulhado a partir do que foi, anteriormente, um interior de lava.
A Lua, aliás, provavelmente começou como "uma enorme bola de magma", que foi esfriando e endurecendo progressivamente, disse Tartese.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Conheça os animais mais perigosos do mundo

BBC30/05/2016 07h03 - Atualizado em 30/05/2016 07h03

Dos hipopótamos às moscas, confira as criaturas mais letais vivendo na Terra

Da BBC
Qual é o animal mais perigoso do mundo?
Na semana passada, um australiano morreu após ser atacado por um crocodilo.
Crocodilos são animais perigosos. Estima-se que eles provoquem mil mortes por ano. Mas a criatura mais perigosa do mundo, ano após ano, é muito menor: o mosquito.
Confira abaixo a lista dos animais mais perigosos do mundo.
Mosquitos
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 725 mil pessoas morrem todos os anos por doenças transmitidas pelos mosquitos.
Somente a malária afeta 200 milhões no mundo todo, das quais 600 mil morrem.
Mosquitos matam mais de 725 mil pessoas por ano  (Foto: AFP)Mosquitos matam mais de 725 mil pessoas por ano (Foto: AFP)
Mosquitos também transmitem a dengue, a chikungunya, o vírus da zika, a febre amarela e a encefalite (inchaço e inflamação do cérebro).
O grande número de mosquitos potencializa o risco causado a seres humanos. Diferentemente de muitas outras criaturas perigosas, eles podem ser encontrados em praticamente todas as partes do mundo em diferentes épocas do ano. No auge do período reprodutivo, os mosquitos ultrapassam, em número, qualquer outro animal, exceto pelas formigas e pelos cupins.
Cobras
Taipa é a cobra mais venenosa do mundo, mas não a mais letal
Estima-se que as cobras matem por ano cerca de 50 mil pessoas. A mais venenosa do mundo é a Taipan. Seu veneno é altamente tóxico e pode matar um ser humano em menos de 45 minutos. Mais de 80% dos picados morrem. Mas ela não é a mais letal, porque raramente pica humanos.
Estima-se que as cobras matem por ano cerca de 50 mil pessoas (Foto: Mohamed Abd El Ghany/Reuters)Estima-se que as cobras matem por ano cerca de 50 mil pessoas (Foto: Mohamed Abd El Ghany/Reuters)
A Echis (um tipo de serpente) não está entre as dez cobras mais venenosas do mundo ─ apenas 10% de suas vítimas morrem ─ mas, como vive perto de áreas habitadas, pica rápido e com frequência.
Estima-se que o réptil mate cerca de 5 mil pessoas por ano ─ mais do que qualquer outro tipo de cobra.
A Taipan é nativa da região central da Austrália, enquanto a Echis pode ser encontrada em Paquistão, Sri Lanka, partes do Oriente Médio e da África, ao norte do Equador. As espécies do gênero Krait, também entre as mais letais do mundo, habitam o leste da Ásia.
Cachorros
Melhor amigo do homem? Pense duas vezes. Cachorros com raiva são responsáveis pela morte de 25 mil pessoas por ano. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), em países onde os cães comumente transmitem raiva, eles estão envolvidos em 99% dos casos da doença.
Países com o maior número de vira-latas, incluindo a Índia, são os mais afetados.
Segundo a OMS, aproximadamente 36% das mortes por raiva no mundo ─ 20 mil das cerca de 55 mil ─ ocorrem na Índia todos os anos, muitas das quais quando crianças entram em contato com cachorros infectados.
Morrer por causa da mordida de um cachorro é muito mais raro. Não há dados oficiais sobre isso, mas de todas as 4,5 milhões de mordidas de cachorro que acontecem todos os anos nos Estados Unidos, apenas 30 resultam em mortes.
Mosca Tsé-Tsé
Parecida em tamanho e aparência com a típica mosca de frutas, a mosca de Tsé-Tsé é extremamente letal.
O inseto usa uma grande tromba para picar animais vertebrados, incluindo humanos, e se alimentar de seu sangue.
A mosca de Tsé-Tsé transmite a tripanossomíase africana, ou doença do sono, que causa febres, enxaquecas e dores nas articulações, seguidas de vômitos, inchaço do cérebro e problemas para dormir.
Estima-se que entre 20 mil e 30 mil pessoas são infectadas todos os anos, a grande maioria na África subsaariana. Desse total, 10 mil morrem da doença.
Crocodilos
Crocodilos não necessariamente caçam humanos, mas eles são predadores oportunistas.
Na África, de todos os ataques de crocodilos, entre 30% a 50% são fatais, dependendo da espécie.
Muitos acontecem em pequenas comunidades e ficam fora das estatísticas oficiais.
Ao redor do mundo, estima-se que os crocodilos matem cerca de 1 mil pessoas por ano, muito mais do que tubarões.
Hipopótamo
O hipopótamo é o mamífero terrestre mais mortal do mundo, matando cerca de 500 pessoas por ano na África.
São também criaturas agressivas, com dentes afiados.
Pesando em média 2.750 quilos, eles podem esmagar um ser humano até a morte.
Hipopótamos pode pesar até 2.750 quilos  (Foto: B. Mathur/Reuters)Hipopótamos pode pesar até 2.750 quilos (Foto: B. Mathur/Reuters)

Dilma tem plano de governo para 3º mandato: gastar adoidado, criar novo imposto e controlar a imprensa!!!

Em entrevista à Folha, a Afastada deixa claro que não tem medo de ser cara de pau e volta a falar num complô para derrubá-la com o intuito de brecar a Lava-Jato

Por: Reinaldo Azevedo
A entrevista concedida por Dilma Rousseff à Folha no domingo é a melhor evidência de por que não pode ser presidente da Republica. É claro que ninguém esperava que estivesse contente com a sorte. Mas é impressionante que tenha piorado. Parece ainda mais alienada da realidade. E está mais autoritária também.
Aquela que disse mais de uma vez que o único controle que admitia para a imprensa era o controle remoto anuncia, agora, a necessidade combater o oligopólio da mídia. Instada a explicar a que se referia, preferiu o enigma: “Eu dei murro em ponta de algumas facas. Mas eu não tenho como dar murro em todas as facas”.
Dilma deu murro na ponta da faca do esquema criminoso que tomava conta da Petrobras? Não!
Dilma deu murro na ponta da faca das quadrilhas que desviavam dinheiro público para partidos e seus bandidos? Não!
Dilma deu murro na ponta da faca do vergonhoso loteamento de cargos públicos para manter a base no Congresso? Não!
Dilma foi é beneficiária de tudo isso.
A entrevista é patética, a começar da negativa, mais uma, de que tenha cometido crime de responsabilidade. Ela sabe ser mentira. E segue surfando na onda nos diálogos gravados por Sérgio Machado para afirmar que o impeachment é só uma tentativa de barrar a Lava-Jato. Se fosse indagada sobre alguma ação concreta nesse sentido, não saberia dizer. Porque não há.
Segundo a fina pensadora, o governo que está aí pertence a Eduardo Cunha. Mais uma vez, se tivesse de dizer por quê, não saberia. No máximo, diz que assim é porque André Moura é líder do governo na Câmara. Eu fui um dos críticos da indicação, mas atribuí-la a Cunha é uma mentira estúpida. Moura recebeu o apoio de 225 deputados — e é evidente que o presidente afastado da Câmara não dispõe de uma “bancada” desse tamanho.
Com a cara de pau mais explícita, Dilma ataca as propostas de corte de gastos do novo governo, atribuindo-as a um complô neoliberal… Não sabe o que diz. Se alguém lhe cobrasse que discriminasse as forças que conspiram nesse complô, não teria como apontá-las. Afinal de contas, os muito ricos nunca tiveram por que reclamar dos governos petistas, incluindo os de Dilma.
Então ficamos assim: segundo a antiga soberana, ela só caiu porque as elites neoliberais se juntaram aos que queriam paralisar a Lava-Jato, com o apoio da mídia oligopolista. Ah, bom! Mas por que os adversários do PT iriam querer parar a operação com essa determinação se a dita-cuja dizimou o… PT??? Dilma nunca precisou ser lógica.
Como ninguém é fulminado por um raio por ser cara de pau, a Afastada comenta as propostas do pacote econômico anunciado por Henrique Meirelles, ministro da Fazenda:
“Não sei se é dele essa ideia de propor o orçamento base zero [que só cresce de acordo com a inflação do ano anterior]. Mas não é possível, num país como o nosso, não ter um investimento pesado em educação. Sem isso, o Brasil não tem futuro, não. Abrir mão de investimento nessa área, sob qualquer circunstância, é colocar o Brasil de volta no passado. É um absurdo.”
É a fala de uma irresponsável. Em matéria de governo, não existe a expressão “sob qualquer circunstância”. Afinal “sob qualquer circunstância”, a senhora Dilma Rousseff produziu um déficit de R$ 170,5 bilhões. Mais: ela própria já havia feito cortes severos no Orçamento de 2016 na área social.
Instada a falar sobre as promessas feitas em 2014 e que não teria como cumprir, teve o desassombro de sugerir que ninguém tinha noção do tamanho da crise, nem ela nem a oposição. Santo Deus!
Ah, sim: Dilma defendeu a recriação da CPMF.
Então ficamos assim: se acontecesse a tragédia de Dilma voltar a ser presidente, ela já tem um programa para o “terceiro mandato”: voltar a gastar adoidado, criar um novo imposto e controlar a mídia.
Aplausos pra ela!

Segundo jornal, general vê o MST como deve ser visto. Que bom!

Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), também tem uma leitura correta de por que as Forças Armadas brasileiras não se bolivarianizam. Bem que o PT queria...

Por: Reinaldo Azevedo
Texto publicado na Folha de hoje me deixa um pouco mais tranquilo. Segundo leio lá, “o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), o general Sérgio Etchegoyen, 64, faz parte de uma ala do Exército que vê com preocupação as manifestações do MST e de outros grupos” de esquerda.
Que bom! Eu também vejo. E isso é tanto melhor quando se sabe que o general é o responsável pelo Plano de Defesa Nacional e que, “sob seu comando, está a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que será usada para cumprir a missão que o general recebeu: monitorar os movimentos de esquerda0”.
Bem, meus caros, dizer o quê? Viva, então, o general Etchegoyen se for esse o seu, digamos assim, grande defeito, não é mesmo?
Acho, sim, que o MST e outros movimentos de esquerda têm de preocupar a autoridade responsável pelo Plano de Defesa Nacional. Não é segredo para ninguém que esses grupelhos anunciaram que iriam tentar impedir Michel Temer de governar, certo?
Como ele é o presidente legal do Brasil, ungido pela Constituição democrática de 1988, a esquerdalha está anunciando que não vai respeitar a lei. E mais pode ser lembrado: ouvimos ou não ouvimos, dentro do Palácio do Planalto, um sindicalista pregar a luta armada?
O general, ademais, dá mostras de conhecer o seu ofício. Ao se referir ao regime bolivariano da Venezuela, disse: “O bolivarianismo só dá certo na Venezuela pelo baixo nível de suas Forças Armadas. No Brasil, criamos um modelo de convívio entre Forças Armadas, o governo e a sociedade. As Forças Armadas não oferecem ameaça à sociedade e assim vão continuar”.
Só me resta aplaudir o general Sérgio Etchegoyen!
Ah, sim: lembrem-se de que em sua mais aloprada e recente resolução, o PT lamentou não ter “bolivarianizado” as Forças Armadas. Segundo o partido, os governos petistas deveriam ter promovido só generais identificados com as causas da sigla.
Acho que as Forças Armadas são imunes a esse tipo de vagabundagem.

Os pobres e miseráveis que sumiram do Brasil Maravilha já são quase 75 milhões no Brasil real

Números divulgados pelo próprio governo implodem a mágica malandra de Lula e Dilma

Por: Augusto Nunes

Lula jura que acabou com a pobreza. Dilma jura que erradicou a miséria. E os devotos da seita repetem que, nos últimos 13 anos, 45 milhões de excluídos foram incluídos na classe média. Faltou combinar com os responsáveis pelo Cadastro Único para Programas Sociais, à disposição dos interessados no site oficial do Ministério de Desenvolvimento Social (e Agrário, depois da recomposição do primeiro escalão do governo Michel Temer).
A vigarice inventada pelo padrinho e expandida pela afilhada é implodida pelo cadastro que “reúne informações socioeconômicas das famílias brasileiras de baixa renda ─ aquelas com renda mensal de até meio salário mínimo”. Como constatou o jornalista Clóvis Rossi em sua coluna na Folha, “famílias de baixa renda é um piedoso eufemismo para pobres ou, até, para miseráveis, conforme se pode ver quando se separam os cadastrados por faixa de rendimento”.
Atualizados em janeiro de 2015, os números confirmam aos berros que Lula e Dilma mentem mais do que piscam. São quase 39 milhões os que ganham de R$0 até R$77. Estão perto de 15 milhões os que juntam mensalmente entre R$77,01 e R$154. Passam de 19,5 milhões os situados na faixa que vai de R$154,01 até meio salário mínimo. Tudo somado, os pobres e miseráveis oficialmente desaparecidos eram, há pouco mais de um ano, exatamente 73.371.179.
A imensidão de excluídos que sumiu do Brasil Maravilha ficou maior no Brasil real. Os números do próprio governo provam que a dupla de mágicos malandros apenas escondeu o que nunca deixou de existir. Haja cinismo.

Filho de Temer, Michelzinho tem R$ 2 milhões em imóveis em SP

Presidente em exercício colocou no nome do filho como antecipação de herança dois conjuntos comerciais na Zona Sul de São Paulo

- Atualizado em
O presidente da República em exercício, Michel Temer, durante cerimônia de apresentação das credenciais de embaixadores de 6 países, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF) - 25/05/2016
O presidente da República em exercício, Michel Temer(Evaristo Sá/AFP)
Aos 7 anos de idade, Michel Miguel Elias Temer Lulia Filho, mais conhecido como Michelzinho, é proprietário de pelo menos dois imóveis cujos valores somam mais de 2 milhões de reais. O pai, presidente em exercício da República, Michel Temer, passou para o nome do único herdeiro do seu casamento com Marcela Temer dois conjuntos comerciais que abrigam seu escritório em São Paulo.
Localizados no Edifício Lugano, no Itaim-Bibi, Zona Sul de São Paulo, cada conjunto tem 196 metros quadrados e valor venal de 1,02 milhão de reais, segundo a Prefeitura de São Paulo - os dados são públicos e podem ser consultados na internet. O valor de mercado costuma ser de 20% a 40% mais alto do que o valor de referência usado pela Prefeitura para calcular o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
Na declaração de bens que Temer apresentou à Justiça Eleitoral em 2014, cada conjunto é avaliado em apenas 190.000 reais. Nas declarações de políticos, é comum apresentar o preço pago pelos imóveis na época em que foram comprados e a legislação não obriga a atualização do valor.
A assessoria de imprensa de Temer informou que a transferência foi feita como doação, uma espécie de antecipação da herança, e que as filhas do presidente interino também já receberam imóveis em outros momentos. Luciana, Maristela e Clarissa, fruto do primeiro casamento de Temer, são proprietárias de imóveis residenciais na Zona Oeste de São Paulo, segundo a Prefeitura. A primeira também é dona de um escritório no mesmo prédio onde ficam os imóveis transferidos para seu irmão.
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(Com Estadão Conteúdo)

Metade dos prefeitos não será reeleita e PT encolherá

Amália Goulart / 30/05/2016 - 06h00
Amalia1As eleições municipais deste ano guardam algumas surpresas e peculiaridades. A maior delas é o número de prefeitos que tentarão a reeleição e não devem sair vitoriosos. A quatro meses e meio do pleito, o que antes era uma desconfiança agora tornou-se uma preocupação de fato. 
Seja no PSDB, PMDB ou no PT existe o consenso de que mais de 50% dos prefeitos que tentarão a reeleição não terão êxito. A crise política e econômica deixou os gestores municipais com administrações à beira da falência. Sem dinheiro, não é possível mostrar à população o que foi feito pelas cidades, pois simplesmente as realizações minguaram, salvo raras exceções.
Por isso, as legendas buscam nomes novos, que não ficha corrida e, de preferência, jovens, para combater também o desgaste da classe política.
Se para todas as siglas a situação é preocupante, para o Partido dos Trabalhadores é pior ainda. Interlocutores da legenda fizeram contas de que o partido deve conseguir eleger 40% menos prefeitos do que nas eleições passadas. Os escândalos de corrupção envolvendo quadros da legenda e a situação econômica do país, deixada pela presidente afastada Dilma Rousseff (PT), contribuem para o índice.

Operação prende ex-secretário de Antonio Anastasia em BH. Nárcio Rodrigues (PSDB) foi um dos presos pela força-tarefa do Ministério Público, Polícia Federal e ROTAM

NESTA SEGUNDA

operação
Operação aconteceu em um prédio do Anchieta
PUBLICADO EM 30/05/16 - 08h27
Uma operação do Ministério Público (MP), em parceria com a batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) da Polícia Militar e a Polícia Federal, é realizada nesta segunda-feira (30) na região Centro-Sul de Belo Horizonte, em Frutal, no Triângulo Mineiro, e em São Paulo.
Entre os seis presos, está o político Nárcio Rodrigues (PSDB), ex-presidente do PSDB de Minas e ex-secretário de Estado na gestão de Anastasia (PSDB), entre 2011 e 2014. Ainda não foram confirmados os nomes dos outros políticos presos na operação.
Nárcio Rodrigues foi levado ao prédio do Ministério Público estadual onde está sendo ouvido na manhã desta segunda-feira (30). Ele já se encontrava no local às 9h50.
FOTO: CRISTIANO TRAD - 15.3.2010
Aproximação. Nárcio Rodrigues não esconde o interesse do PSDB em atrair o PMDB de Minas Gerais
Nárcio Rodrigues foi alvo de operação conjunta nesta segunda-feira
A assessoria de imprensa do MP confirmou a operação, com busca e apreensão, mas não passou mais detalhes. A Polícia Federal ainda não se manifestou. A Rotam apenas confirmou a operação conjunta, mas não quis dar mais detalhes.
Aguarde mais informações
Atualizada às 9h58

sábado, 28 de maio de 2016

Impunidade incentiva roubos em BH; número de casos sobe 30,78% no primeiro quadrimestre

Roubou. E vai roubar de novo


Dos 14,4 mil presos ou apreendidos em BH nos cinco primeiros meses do ano, 9,2% são reincidentes no mundo do crime. Em um dos casos, suspeito chegou a ser detido 53 vezes

postado em 28/05/2016 06:00 / atualizado em 28/05/2016 07:53
Guilherme Paranaiba , Valquiria Lopes- E.M

Se o aumento da violência nas ruas de Belo Horizonte, especialmente de roubos, tem amedrontado a população, o temor da sociedade avança ainda mais quando se leva em conta a reincidência no crime. Muitos bandidos já são conhecidos de policiais que atuam no patrulhamento na capital. Das 14.405 pessoas presas ou apreendidas na cidade pelas polícias Militar e Civil de 1º de janeiro a 23 de maio deste ano, 1.326 já tinham sido detidas em 2016 – 9,2% do total. Alguns detidos chegaram a ser presos até sete vezes nesse curto período. Os números também mostram que todos os dias dos últimos cinco meses oito pessoas, em média, foram capturadas mais de uma vez em BH, cometendo algum tipo de crime. O roubo lidera as ocorrências. Se for levada em conta a reincidência em outros anos, os dados são ainda mais assustadores. Um dos criminosos, de apenas 18 anos, já chegou a ser capturado 53 vezes, a grande maioria quando era menor de idade. Na última ocorrência, em abril, ele havia deixado a cadeia no dia da tentativa de roubo contra uma policial militar na Avenida Bias Fortes com a Rua Gonçalves Dias, na Região Centro-sul.

Outro caso recente de violência que chamou a atenção e deixou a população de BH estarrecida foi o assalto contra Moacyr Fraga Nazarete, de 79 anos, que há 60 trabalha em uma barbearia na Rua Mármore, no Bairro Santa Tereza, na Região Leste de BH. Em 19 de maio, o suspeito Daniel do Carmo Peixoto, de 32, roubou o celular e R$ 100 do idoso, antes de bater no homem com o encosto da cadeira do barbeiro. Além de causar quebradeira no local, o acusado deixou Moacyr desacordado na barbearia. Na terça-feira, ele foi preso por militares do 16º Batalhão. No histórico de Daniel, nove passagens na polícia por roubo, furto, tráfico e entrada na cadeia com objetos proibidos, como celular.

Para especialistas e forças policiais, a presença de criminosos reincidentes na rua é suficiente para alavancar o crescimento das ocorrências, especialmente dos roubos, que no ano passado avançaram 22% em relação a 2014 em BH. Quando analisados só os dados de janeiro a abril deste ano, o aumento dos assaltos foi de 30,78% em relação ao mesmo período de 2015. Entretanto, manter a prisão de reincidentes ainda não é comum na capital, como explica o assessor de comunicação do Comando de Policiamento da Capital (CPC), major Sandro de Souza. “Essa pessoa permanece presa quando o crime ofende a sociedade, é um crime brutal. Do contrário, a prisão de acordo com o Código Penal brasileiro é uma exceção. Hoje, se a pessoa comete um furto na parte da manhã, à tarde ela já está na rua de novo”, diz o major. O policial ainda destaca estudos na área de segurança pública, feitos em cinco capitais do Brasil, entre elas BH, que mostram que, no caso do homicídio, o tempo médio entre a data do assassinato e a condenação, que normalmente vai levar à prisão definitiva, é de oito anos e meio.

O militar também lembra que uma mudança de comportamento das pessoas é um fator que pode ajudar a minimizar o quadro de reincidência e na criminalidade em geral. Atitudes clássicas como andar no Hipercentro de BH deixando à mostra um telefone celular ou praticar esporte em local ermo de madrugada são tipos de conduta que, segundo o major Sandro de Souza, tornam a vítima mais vulnerável e atraem o bandido motivado. “Essas mudanças de comportamento têm que se adequar às evoluções. Você tem como se adaptar ao novo mundo sem deixar de se divertir”, afirma.

MONITORAMENTO
Ainda segundo o major, entre as ações da PM que estão sendo tomadas com o objetivo de mudar esse quadro se destaca a análise diária que tem sido feita no CPC sobre os locais de reincidência criminal em BH, que antes era feita de 30 em 30 dias. Esse trabalho está permitindo, de acordo com o militar, aumentar a integração entre os batalhões do CPC e do Comando de Policiamento Especializado (CPE), que engloba unidades como o Batalhão de Choque, a Cavalaria e o Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam). “Estamos usando os esforços do CPE em alguns locais como aglomerados e outros pontos, liberando viaturas do policiamento de área para agir em outros lugares.”. O major também destaca a setorização de BH em 99 áreas, que deixa um tenente da PM como responsável por cada um desses locais, aumentando a interação com a população e fortalecendo redes de vizinhos e comerciantes protegidos, além dos conselhos de segurança.

Palavra de especialista

Adilson Rocha
Doutor em criminologia

Falhas generalizadas

“O Estado é incompetente na gestão das unidades prisionais, que não são administradas corretamente e não atingem um dos princípios básicos da lei de execução penal, que é a ressocialização do indivíduo. Por isso, o patamar de recorrência no crime é muito alto. A assistência jurídica é inadequada, a oferta da formação escolar, assistência social e material é baixa, além de faltar incentivo ao trabalho e existir um déficit enorme de vagas, que resulta em superlotação. Infelizmente, quando a polícia diz ao cidadão que ele precisa adotar comportamentos para não se tornar uma vítima do crime, está certa, apesar de que não deveria estar. Mas somos obrigados a agir de forma preventiva, porque se não vamos ser violentados”.

Delação de Bené também vai envolver deputados petistas

Orion TeixeiraOrion Teixeira / 28/05/2016 - 09h40- HD
Homologada pelo ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ ), a delação premiada feita pelo empresário Benedito Rodrigues, o Bené – que, por conta disso, ficará pública nos próximos dias –, vai comprometer, além do governador Fernando Pimentel ( PT ), alguns deputados petistas. 
De acordo com quem viu a delação, seria um federal e uns cinco ou seis estaduais que se beneficiaram de generosos recursos durante a campanha eleitoral de 2014. As revelações agitaram e deixaram ainda mais tenso o clima político na Assembleia Legislativa de Minas.
Nada é, no entanto, mais grave do que a situação de Pimentel. A cada denúncia, ou avanço nas investigações, sua base aliada no Legislativo vai se fragmentando na mesma proporção e intensidade e lembra o drama vivido pela presidente afastada, Dilma Rousseff ( PT ). Ela começou o segundo mandato com ampla maioria parlamentar e, ao final, quando mais precisou, não conseguiu ter o mínimo de 172 votos de 513 deputados federais para barrar a abertura do processo de impeachment.
A tendência, hoje, no STJ, é de aceitar a denúncia contra o governador e afastá-lo do cargo sem consultar a Assembleia, ao contrário do entendimento de sua defesa. Contra isso, seu advogado, Eugênio Pacelli, poderá entrar com pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal ( STF ), como fez o ex-governador Itamar Franco em 2001 contra processo por crime de difamação; só que, agora, estamos falando de crime de corrupção, e o entendimento pode ser outro.
Ainda assim, se prevalecer a tese da defesa do governador, o imbróglio vai parar dentro da Assembleia, onde ele desfruta de ampla maioria, mas, lembremos de Dilma, até quando?
Nos últimos dias, tem crescido a pressão sobre os deputados estaduais. Membros do movimento ‘Vem pra Rua’, um dos que pressionaram pelo impeachment da presidente, têm assediado os governistas e até dado prazo (falam, não se sabe por que, em 10 dias) ao PMDB para deixar o governo.
Se a situação assim se agravar, os aliados podem não resistir à pressão. Outro dia, o deputado Cabo Júlio (PMDB) chegou a votar a favor, na comissão de Segurança Pública da Assembleia, de requerimento solicitando cópia da delação premiada do Bené à Procuradoria-Geral da República. Foi até criticado por isso. Só se for pela desnecessidade, porque com o fim do segredo de </CW>Justiça, a delação ficará pública.
Crime vira de responsabilidade
A delação premiada de Bené foi homologada pelo ministro Herman Benjamin e sustenta que Pimentel foi beneficiado por benefícios fiscais concedidos à concessionária Caoa.
A partir daí, a Procuradoria-Geral da República pode pedir abertura de novos inquéritos por conta dos relatos de Bené ou incluir trechos em procedimentos de investigação que já estão abertos.
De acordo com a denúncia, Pimentel, na condição de governador, já em 2015, teria continuado a atuar e se comprometido a fazer gestões para beneficiar a Caoa.
Se assim for, essa denúncia trará a crise para a Assembleia, porque caracterizaria aí crime de responsabilidade, situação na qual pode ser sustentado pedido de abertura de processo de impeachment.

Até 2020, placa de carro terá padrão Mercosul


Estadao Conteudo
28/05/2016 - 11h15 - Atualizado 11h44

A placa veicular do Mercosul tem quatro letras e três números
A placa veicular do Mercosul tem quatro letras e três números
Resolução publicada ontem pelo Contran estabelece nova data para padronização das placas de veículos em circulação no Brasil: até 2020, todas deverão ser identificadas no padrão do Mercosul. Para os carros zero-quilômetro, a norma vale a partir de 2017. A nova placa tem fundo branco com a margem superior azul, contendo ao lado esquerdo o logotipo do Mercosul, ao lado direito a bandeira brasileira e, ao centro, o nome Brasil.

Sarney relata em gravação que Lula se arrependeu da eleição de Dilma

28/05/2016 13h38 - Atualizado em 28/05/2016 16h30

'Ele me disse que o único arrependimento que ele tem', afirmou Sarney.
Instituto Lula diz que não há provas e que divulgação de gravação é 'nojenta'.

Do G1, com informações do Jornal Hoje
O ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) afirma em uma conversa gravada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva  se arrependeu da escolha da presidente afastada Dilma Rousseff para sucedê-lo. A assessoria do Instituto Lula classificou a divulgação da conversa como "nojenta" (leia mais ao final desta reportagem).
A conversa foi gravada por Machado na casa do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). O ex-presidente da Transpetro, que gravou várias conversas com políticos do PMDB, teve acordo de delação premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
No diálogo com Sarney, inédito, Machado e o ex-presidente falavam sobre a Dilma Rousseff e sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O nome de Lula não é citado diretamente, mas, para os investigadores, fica claro que a conversa é sobre ele.
SÉRGIO MACHADO - Agora, tudo por omissão da dona Dilma. 
JOSÉ SARNEY - Ele chorando. O que eu ia contar era isso. Ele me disse que o único arrependimento que ele tem é ter eleito a Dilma. Único erro que ele cometeu. Foi o mais grave de todos. 

Em gravação citada pelo jornal "Folha de S.Paulo" entre Machado e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) o assunto também é Lula. Mas a conversa é sobre o suposto envolvimento do ex-presidente no esquema do mensalão do PT.
Segundo o jornal, Renan Calheiros afirma que Lula havia saído, ou seja, não processado no mensalão porque os pagamentos ao marqueteiro Duda Mendonça no exterior não foram investigados a fundo quando vieram a público.
RENAN CALHEIROS - Por que que o Lula saiu [não foi acusado no processo do mensalão]? Porque o Duda [Mendonça, marqueteiro] fez a delação – na época nem tinha [a lei]. O Duda fez a delação e disse que recebeu o dinheiro fora. E ninguém nunca investigou quem pagou, né? Este é que foi o segredo.
Duda Mendonça foi o marqueteiro da campanha vitoriosa de Lula em 2002. Ele acabou absolvido no julgamento do mensalão.
Neste trecho, também publicado pela "Folha", Renan e Machado se referem ao triplex e ao sítio que os investigadores afirmam que são de propriedade do ex-presidente. Lula nega ser o dono.
Os dois  citam uma quantia em dinheiro que Lula teria, sem mencionar a origem. Reportagem da revista "Veja" mostrou que a empresa de palestras de Lula teria faturamento semelhante à quantia citada por Machado.
MACHADO - ...botou na real. Aí [inaudível] umas besteiras, como a Marisa diz, besteira. Ele tem 30 milhões em caixa. Como é que não comprou um apartamento, uma p*** [inaudível]. P***, umas m***, um sítio m***, um apartamento m***.
Além de fazer as gravações, Sérgio Machado já deu vários depoimentos aos investigadores da Operação Lava Jato, que estão agora analisando todas essas informações trazidas pelo ex-presidente da Transpetro.
A delação premiada dele foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e, a partir de agora, começa uma nova etapa da apuração. O ex-presidente José sarney e os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá podem ser chamados a dar explicações.
Versões dos citados
A assessoria de imprensa do Instituto Lula enviou nota na tarde deste sábado (28) na qual classifica como "nojenta" a divulgação das conversas gravadas e diz que não há provas que comprometam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"É simplesmente nojenta a divulgação de conversas armadas com a clara intenção de comprometer o ex-presidente Lula em ilícitos dos quais ele não participou. O vazamento ilegal dessas gravações é mais uma evidência de que, depois de investigar por mais de 2 anos, o Ministério Público Federal não encontrou sequer um fiapo de prova contra Lula. Porque Lula sempre agiu dentro da lei", diz o texto da nota.
A presidente afastada Dilma Rousseff disse que que não vai comentar as declarações de José Sarney e de Sérgio Machado.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, também não vai comentar.
O advogado de José Sarney, Antônio Carlos de Almeida Castro, disse que o ex-presidente não vai responder sobre fragmentos do que está sendo vazado. E que pediu cópia da delação de Sérgio Machado ao STF para poder responder de forma contextualizada.
Antonio Carlos de Almeida Castro também é advogado de Duda Mendonça. Sobre o cliente, disse que a afirmação de que Lula não foi processado no mensalão por causa da delação do publicitário não tem sentido. Almeida Castro disse que duda não protegeu ninguém, foi processado criminalmente no mensalão e absolvido pelo plenário do Supremo.
A defesa do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse que ele não pode se manifestar porque a delação ainda está sob sigilo.

Pedro Corrêa faz relato contundente de envolvimento de Lula no petrolão

Revelações do ex-deputado ao MP compõem documento de 132 páginas. Depoimento aguarda homologação pelo Supremo Tribunal Federal

Por: Robson Bonin - Atualizado em
Pedro Corrêa: ele embolsa propina desde a década de 1970
Pedro Corrêa: ele embolsa propina desde a década de 1970(Vagner Rosario/VEJA)
Entre todos os corruptos presos na Operação Lava-Jato, o ex-deputado Pedro Corrêa é de longe o que mais aproveitou o tempo ocioso para fazer amigos atrás das grades. Político à moda antiga, expoente de uma família rica e tradicional do Nordeste, Corrêa é conhecido pelo jeito bonachão. Conseguiu o impressionante feito de arrancar gargalhadas do sempre sisudo juiz Sergio Moro quando, em uma audiência, se disse um especialista na arte de comprar votos. Falou de maneira tão espontânea que ninguém resistiu. Confessar crimes é algo que o ex-deputado vem fazendo desde que começou a negociar um acordo de delação premiada com a Justiça, há quase um ano. Corrêa foi o primeiro político a se apresentar ao Ministério Público para contar o que sabe em troca de redução de pena. Durante esse tempo, ele prestou centenas de depoimentos. Deu detalhes da primeira vez que embolsou propina por contratos no extinto Inamps, na década de 70, até ser preso e condenado a vinte anos e sete meses de cadeia por envolvimento no petrolão, em 2015. Corrêa admitiu ter recebido dinheiro desviado de quase vinte órgãos do governo. De bancos a ministérios, de estatais a agências reguladoras - um inventário de quase quarenta anos de corrupção.
VEJA teve acesso aos 72 anexos de sua delação, que resultam num calhamaço de 132 páginas. Ali está resumido o relato do médico pernambucano que usou a política para construir fama e fortuna. Com sete mandatos de deputado federal, Corrêa detalha esquemas de corrupção que remontam aos governos militares, à breve gestão de Fernando Collor, passando por Fernando Henrique Cardoso, até chegar ao nirvana - a era petista. Ele aponta como beneficiários de propina senadores, deputados, governadores, ex-governadores, ministros e ex-ministros dos mais variados partidos e até integrantes do Tribunal de Contas da União.
Além de novos personagens, Corrêa revela os métodos. Conta como era discutida a partilha de cargos no governo do ex-­presidente Lula e, com a mesma simplicidade com que confessa ter comprado votos, narra episódios, conversas e combinações sobre pagamentos de propina dentro do Palácio do Planalto. O ex-presidente Lula, segundo ele, gerenciou pessoalmente o esquema de corrupção da Petrobras - da indicação dos diretores corruptos da estatal à divisão do dinheiro desviado entre os políticos e os partidos. Corrêa descreve situações em que Lula tratou com os caciques do PP sobre a farra nos contratos da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, comandada por Paulo Roberto Costa, o Paulinho.
Uma das passagens mais emblemáticas, segundo o delator, se deu quando parlamentares do PP se rebelaram contra o avanço do PMDB nos contratos da diretoria de Paulinho. Um grupo foi ao Palácio do Planalto reclamar com Lula da "invasão". Lula, de acordo com Corrêa, passou uma descompostura nos deputados dizendo que eles "estavam com as burras cheias de dinheiro" e que a diretoria era "muito grande" e tinha de "atender os outros aliados, pois o orçamento" era "muito grande" e a diretoria era "capaz de atender todo mundo". Os caciques pepistas se conformaram quando Lula garantiu que "a maior parte das comissões seria do PP, dono da indicação do Paulinho". Se Corrêa estiver dizendo a verdade, é o testemunho mais contundente até aqui sobre a participação direta de Lula no esquema da Petrobras.

Lula sem "Diproma" na cadeia (Charge)


Pimentel recebeu R$ 20 mi da Caoa, diz delator

Delação de Bené já foi homologada pelo STJ e também compromete vinte empresas. Defesa do governador de Minas Gerais classificou a denúncia como 'falsa e absurda'

- Atualizado em
PROPINA -  A PF suspeita que a campanha eleitoral de Pimentel foi financiada com dinheiro oriundo de negócios escusos com o governo federal
PROPINA - A PF suspeita que a campanha eleitoral de Pimentel foi financiada com dinheiro oriundo de negócios escusos com o governo federal(LINCON ZARBIETTI / O TEMPO/VEJA)
O empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, afirmou em delação premiada que o Grupo Caoa pagou 20 milhões de reais ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). Os pagamentos, segundo Bené, ocorreram entre 2013 e 2014, ano em que o petista deixou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para candidatar-se ao governo. Dos 20 milhões de reais, afirmou o delator, 7 milhões de reais foram repassados diretamente a Pimentel no exterior. O restante teria sido usado na campanha.
Conforme revelou a coluna Radar On-line, de VEJA, a delação foi homologada pelo ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O delator também implica a mulher de Pimentel, Carolina de Oliveira, e vinte empresas que teriam pagado propina. Bené está preso em Brasília desde 15 de abril e é apontado como "operador" de Pimentel". A ordem de prisão foi decretada pelo ministro Herman Benjamin, relator da Operação Acrônimo no STJ. O empresário teria falsificado provas para tentar "blindar" o governador.
A delação premiada assinada por Bené com o Ministério Público Federal é composta por vinte anexos, cada um correspondendo a uma suposta irregularidade envolvendo não apenas Pimentel, mas outros políticos. Um anexo é denominado "Evento Caoa". Para os investigadores, o relato de Bené mostra que Pimentel teria transformado o ministério em "agência de negócios". Segundo o delator, ele alterava portarias para atender pleitos de segmentos empresariais desde que fizessem doações para sua campanha.
Bené e o petista já foram denunciados criminalmente, no início do mês, pela Procuradoria da República. A Pimentel, o Ministério Público atribui os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na mesma acusação foram incluídos outros seis investigados, entre eles o ex-ministro Mauro Borges, sucessor de Pimentel, e o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono da Caoa.
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Nessa denúncia, a Procuradoria indica que Pimentel foi beneficiário de propina de 2 milhões de reais para favorecer a Caoa quando era ministro, de 2011 a 2014, no primeiro mandato da presidente afastada Dilma Rousseff. O caso foi investigado na Acrônimo.
Em sua delação, Bené afirmou aos investigadores que os 20 milhões de reais foram divididos em duas partes, acertadas na época em que Pimentel ainda era ministro. Ele citou como envolvidos no esquema o dono da Caoa e o presidente do grupo, Antonio dos Santos Maciel.
Segundo o delator, os primeiros 10 milhões de reais foram transferidos quando o então ministro atendeu a um pedido do grupo Caoa e promoveu alteração no mix de modelos de veículos autorizados pelo Programa de Importação Inovar Auto. Na denúncia levada ao STJ, a Procuradoria sustenta que Pimentel editou portarias do Programa Inovar Auto, que concederam incentivos fiscais de 600 milhões de reais por ano ao Grupo Caoa.
De acordo com os investigadores, os primeiros atos de Pimentel habilitavam a empresa no programa até 31 de março de 2013, permissão que foi estendida até 31 de maio de 2014. Os outros 10 milhões de reais ao petista foram acertados e pagos, de acordo com Bené, por Pimentel ter garantido um benefício no pagamento de Imposto de Importação e de IPI do modelo IX 35, utilitário fabricado pela Hyundai.
O delator disse que, como encarregado da pré-campanha e da campanha de Pimentel ao governo de Minas, operou esses pagamentos e, dessa forma, sabe dos detalhes. Do total, 7 milhões de reais foram pagos no exterior, segundo Bené, porque a Caoa tem facilidade para fazer repasses fora do país, por atuar com importações. Outra parte do dinheiro, segundo ele, passou por uma empresa sua, a BRO.
Defesas - As defesas de Pimentel e do Grupo Caoa negaram as acusações de Bené. Por meio de sua assessoria de imprensa, o Grupo Caoa disse desconhecer o conteúdo da delação. O advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, rechaçou as acusações. "A defesa de Fernando Pimentel esclarece que o governador não recebeu qualquer tipo de vantagem em qualquer tempo de quem quer que seja. Se existente, é falsa e absurda a acusação de pagamento no exterior", afirmou.
"Basta um elemento para desacreditar a suposta acusação: é atribuição da Receita Federal do Brasil, vinculada ao Ministério da Fazenda, a redução ou não de alíquotas de impostos cobrados em âmbito federal. Pimentel, como se sabe, não era ministro da Fazenda", disse Pacelli. "Quanto à modificação de modelos automobilísticos a serem importados, a decisão foi precedida de relatórios e pareceres técnicos e contou com parecer jurídico da Advocacia-Geral da União. Além disso, a definição do modelo de negócios, como se sabe, é decisão que cabe às empresas, não ao Poder Público."
Segundo o advogado, a defesa do governador pedirá "abertura de inquérito para apurar os reiterados vazamentos de supostas informações cujo objetivo óbvio é antecipar a condenação pública dos investigados".
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O criminalista José Roberto Batochio, que defende a Caoa, também rechaçou as declarações de Bené. "Isso é um delírio, absolutamente não corresponde à verdade. Aliás, a própria conduta do cidadão delator já demonstra que isso não é verossímil. Primeiro, ele fala que recebeu 2,2 milhões de reais para fazer uma consultoria que ele diz que não existiu, que não era real, que foi fabricada de acordo com as notas fiscais que emitiu. Depois, passou a falar que eram 10 milhões de reais e não mais os 2,2 milhões. Agora vem falar que eram 20 milhões de reais."
Batochio ironizou o delator. "Precisamos perguntar para ele qual das três cifras ele vai escolher. A partir do momento em que definir qual o valor então poderemos fazer um abordagem mais direta para que explique sua versão." Sobre os 7 milhões de reais que a Caoa teria pago a Pimentel no exterior, o advogado fez um desafio. "Já que o senhor delator sabe que foi pago no exterior, então tem que dizer de que conta saiu esse dinheiro e em qual conta entrou."
"A Caoa desconhece a existência e eventual conteúdo de qualquer delação premiada que lhe faça qualquer menção, sendo curioso que tal informação, coberta por sigilo legal, venha parcialmente ao conhecimento público, sem possibilidade prévia da empresa saber e contrapor os seus termos", diz nota da assessoria do grupo.
(Com Estadão Conteúdo)

quinta-feira, 26 de maio de 2016

'Quando acordei tinha 33 caras em cima de mim', diz menina que sofreu estupro coletivo

Polícia já identificou dois envolvidos no crime; imagens foram divulgadas em redes sociais

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A menor de idade que foi vítima de estupro coletivo deixa o Hospital Souza Aguiar, acompanhada da mãe - Gabriel de Paiva / Agência O Globo
RIO - A menina de 16 anos que foi vítima de um estupro coletivo em uma comunidade da Zona Oeste foi levada na manhã desta quinta-feira para o setor de ginecologia do Hospital Maternidade Maria Amélia, que é anexo ao Souza Aguiar, para fazer exames. A polícia já identificou dois dos criminosos, que terão as prisões preventivas pedidas. A vítima passou a madrugada no Instituto Médico Legal e já foi ouvida na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), que investiga o caso. O Ministério Público informou que está acompanhando o caso e que já recebeu 800 denúncias, pela ouvidoria. Ao sair do hospital, a menor de idade, ainda muito abalada, disse que foi dormir na casa do namorado, na última sexta-feira, e só acordou no domingo.
— Quando acordei tinha 33 caras em cima de mim— disse a menina, que tentou diversas vezes fugir do hospital — Só quero ir para casa.
Aos choros e ainda muito abalado, o pai da menina, que pediu para não ser identificado, disse que o estupro ocorreu na última sexta-feira, no Morro São João, em Praça Seca.
— Ela foi num baile, prenderam ela lá e fizeram essa covardia. Bagunçaram minha filha. Quase mataram ela. Estava gemendo de dor. Ficou tão traumatizada que só conseguia chorar.
A avó da vítima, em entrevista à rádio CBN, disse que ela teria sofrido um apagão durante os abusos.
— O vídeo é chocante, eu assisti. Ela está completamente desligada. Ela tem umas coleguinhas lá, mas nessa hora nenhuma apareceu.
Eles, inclusive, postaram diversos comentários a respeito, todos eles irônicos. As imagens do estupro coletivo causaram revolta nos internautas. A hashtag #Estupro chegou a entrar nos trending topics do país.
Post no twitter que compartilhou o vídeo da menina que sofreu um suposto estupro no Rio - Reprodução
O homem que postou na internet o vídeo teve a conta excluída do Twitter. Nas imagens, a menina, que aparentemente está dopada, tem suas partes íntimas exibidas. O rosto de um dos agressores também aparece.
COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS ACOMPANHA O CASO
O deputado Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), está acompanhando o caso da menina, que só reapareceu nesta quarta-feira.
— A comissão vai acompanhar o caso para garantir todo o atendimento à menina. Ontem (quarta-feira), a acompanhamos para fazer o exame de corpo de delito. Tentamos falar com ela, mas está muito abalada e sem condições de falar. Vamos garantir que ela tenha acompanhamento psicológico — disse o deputado.
Em nota, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio de Janeiro (CDDH) informou que exige rapidez e rigor na apuração e identificação dos envolvidos no crime.
" Trata-se de um ato de barbárie e covardia. A agressão a esta jovem é também uma agressão à todas as mulheres. Estamos assistindo crescente desumanização e desrespeito ao outro. As maiores vítimas têm sido as mulheres. Nossa solidariedade à jovem violentada, à sua família e à todas as mulheres", diz a nota.


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