terça-feira, 4 de outubro de 2016

Minas Gerais: Pagamento terá novas datas

 Estado divulgou cronograma para os meses de novembro e dezembro com atraso de mais dois dias úteis

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Coletiva. Secretário de Planejamento divulgou novas datas em entrevista na Cidade Administrativa
PUBLICADO EM 03/10/16 - 19h27

O governo de Minas anunciou nessa segunda-feira (3) que vai postergar o início da escala de pagamento dos servidores por mais dois dias úteis. Antes, a primeira parcela dos salários era paga até o dia 10 de cada mês, mas em novembro e dezembro passará para os dias 14 e 12, respectivamente. Os servidores públicos vão fazer uma assembleia no próximo dia 18, na qual deverá ser aprovado um indicativo de greve por parte das categorias que atuam no Estado. Sobre o 13° salário, ainda não houve um posicionamento da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag).

No mês de novembro, os servidores que ganham até R$ 3.000 vão receber os salários no dia 14, assim como será paga a primeira parcela dos funcionários com vencimento acima desse valor. Quem ganha entre R$ 3.000 e R$ 6.000 terá o pagamento da segunda parcela no dia 18 e os que recebem mais do R$ 6.000 só receberão a última parcela dos salários no dia 23. Em dezembro as datas de pagamento da primeira, segunda e terceira parcelas serão, respectivamente, os dias 12, 19 e 21.

De acordo com o secretário de Estado de Planejamento, Helvécio Magalhães, Minas passa por uma grave crise financeira e só consegue manter os pagamentos em função da renegociação da dívida dos Estados, que gerou uma economia de R$ 500 milhões. Magalhães ainda destacou que a estratégia de escalonamento tenta prejudicar menos os servidores com menor salário. “Essa escala é a forma que encontramos para penalizar menos quem ganha menos”, afirmou.

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Minas Gerais (Sindpúblicos-MG), Eduardo Sérgio Coelho, reclamou que o governo fez a reunião apenas para comunicar as novas datas de pagamento, sem nenhuma possibilidade de haver uma negociação. Ele destaca ainda que os dois dias a mais para receber os salários vão aumentar o custo das contas do trabalhador.

“Todo mundo tem seus compromissos financeiros, com datas definidas para pagamentos. A maioria das contas, como cartão de crédito, luz e água, vence até o dia 10. Com essa nova escala, o servidor vai ter que pagar essas contas depois do vencimento e será obrigado a pagar juros. Ou seja, além de demorar para receber, vai gastar mais com suas dívidas”, disse.

A comissão intersindical que reúne os sindicatos de várias categorias irá realizar uma assembleia. A expectativa é que seja votado um indicativo de greve geral no Estado. “Vamos agora nos mobilizar para saber como os servidores podem reagir contra essa proposta”, afirmou Coelho.
Federais
Governo. Os servidores federais já receberam a primeira parcela do 13° salário. O benefício foi pago entre agosto e setembro. A segunda parcela será quitada em novembro.
Entenda o escalonamento dos salários
Parcelamento. Desde o pagamento de fevereiro, os salários dos servidores de Minas estão sendo pagos por meio de escalonamento e até em três parcelas, dependendo da faixa salarial. Nos primeiros meses, a escala de pagamento começou no quinto dia útil, depois passou para até o dia 10 de cada mês e agora será pago até o dia 14.

Faixa salarial. O cronograma anunciado nessa segunda-feira (3) vale para os meses de novembro e dezembro. Quem ganha até R$ 3.000 de salário líquido irá receber a remuneração nos dias 14 de novembro e 12 de dezembro. Quem ganha entre R$ 3.000 e R$ 6.000 irá receber a primeira parcela nessas datas e a segunda nos dias 18 de novembro e 19 de dezembro. Por fim, quem ganha mais do que R$ 6.000 receberá a primeira e segunda parcelas nas datas anteriores e o restante no dia 23 de novembro e 21 de dezembro.

Décimo terceiro. Na reunião realizada nessa segunda-feira (3), o governo de Minas não se posicionou sobre o 13° salário. A forma de pagamento do benefício só deve ser definida no mês que vem e deve ser apresentada em uma nova reunião com os servidores.


2017

Déficit no Orçamento é de R$ 8 bilhões

O governo de Minas enviou nessa segunda-feira (3) para a Assembleia Legislativa a proposta de Orçamento para 2017 com um déficit de R$ 8 bilhões. A peça orçamentária prevê uma receita de R$ 87,3 bilhões contra despesas de R$ 95,3 bilhões, o que vai dificultar a concessão de reajuste aos servidores.

Diante da situação financeira do Estado, o secretário de Estado de Planejamento, Helvécio Magalhães, descartou possibilidade de aumento. “O governo mostrou, com toda a transparência, que não há recursos nem para pagar no quinto dia útil, nem para conceder o reajuste reivindicado pelos sindicatos”, afirmou.

Já o plano para o pagamento do 13° salário só será apresentado no fim do mês que vem, em nova reunião com os servidores.

O presidente da Associação de Praças Militares de Minas Gerais (Aspra-MG), sargento Marco Antônio Bahia, reclama da insegurança que vivem hoje os servidores estaduais, que não sabem se poderão contar com o 13° para pagar as despesas do início do ano que vem.

“Todo trabalhador tem direito a esse benefício, e com a gente não é diferente. Não vamos ficar de braços cruzados, vamos fazer alguma mobilização de repúdio a essa postura”, disse.


Atualizada às 02:12

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