terça-feira, 2 de agosto de 2016

Segurança para ninguém botar defeito

Prevenção

Seleções femininas de futebol dos Estados Unidos e da França, que estreiam nas Olimpíadas nesta quarta, no Mineirão, foram cercadas por um grande esquema de policiamento; jogadoras comentam o “aparato de guerra” em BH

PUBLICADO EM 02/08/16 - 03h00
Bastaram alguns segundos em frente ao hotel onde está hospedada a seleção feminina de futebol dos Estados Unidos para que um dos policiais militares perguntasse ao repórter o motivo da observação atenta seguida e das anotações em um pedaço de papel.

Trinta minutos antes da primeira entrevista coletiva da atual equipe tricampeã olímpica em Belo Horizonte, cerca de duas dezenas de policiais estavam reunidos na porta do local, além de motos e viaturas, assim como uma base comunitária móvel. Na saída das entrevistas, uma hora e meia depois, o número mais que quadruplicou. Foram contados cerca de 60 policiais, uma dezena de viaturas e motos preparadas para fazer a segurança não só dos Estados Unidos, mas de outros times como a França, a Nova Zelândia, e a seleção de vôlei da Polônia.

Dentro do hotel, qualquer passo a mais era motivo para que a atenção fosse chamada. Todos pareciam suspeitos. Do lado de fora, bastava um movimento, como tirar a mochila das costas ou apontar uma câmera, para que logo se virasse alvo de olhares dos militares.

“Não é à toa que os policiais nos encaram o todo tempo”, brincou a meio-campista Carli Lloyd, capitã do time norte-americano e considerada a melhor jogadora do planeta.

Para a goleira Hope Solo, outro destaque do time norte-americano, o aparato é algo necessário. “Não creio que é porque viemos do Estados Unidos, mas sim por ser um evento mundial, de grande magnitude. Foi surpreendente ver a estrutura que foi montada. Acredito que as pessoas da cidade também tenham se assustado com tudo. Nós também estranhamos um pouco, mas é algo que faz parte”, avalia.

Barrados na toca. Ruas próximas à Toca da Raposa II fechadas e carros de polícia sempre alertas. Esse foi o clima que envolveu o centro de treinamento celeste na tarde dessa segunda-feira (1). Tudo isso para receber com segurança mais do que reforçada a seleção feminina da França, que realizou o seu primeiro treino no local.

Mais de cinco carros do lado de fora formaram um cordão de isolamento na rua. Até mesmo os jogadores celestes tiveram de se apresentar para ter acesso ao centro de treinamento.

O clima das francesas, porém, foi contrastante ao dos policiais. A tranquilidade talvez se dê justamente pela segurança. “É uma boa coisa estarmos seguras aqui. A gente tem visto muito policial nas ruas. A cidade acolheu a equipe muito bem”, observou a defensora Griedge Tiback.
Passeios, mas sem pão de queijo
As Olimpíadas se iniciarão para a seleção feminina de futebol da França nesta quarta-feira. Porém, há sete dias em Belo Horizonte, as jogadoras já conseguem se tornar “um pouco mineiras”. Longe dos jogos e treinos, as atletas só possuem uma proibição: comer pão de queijo. “O doutor que cuida do cardápio está aqui, está em cima e de olho”, contou Clear Lavogez. Há quase uma semana na capital mineira, elas passaram pelo CT Lanna Drummond, pela Toca da Raposa II e pelo Sesc Venda Nova, onde realizaram os treinamentos, visando o confronto diante da Colômbia, nesta quarta-feira (3). Porém, elas tiveram tempo para visitar o parque das Mangabeiras e o Inhotim. A possibilidade de fazer atividades fora do futebol agradou. “Não fui ao museu, mas quem foi adorou, pelo ambiente maravilhoso”, contou a defensora Griedge Tiback.
“Fomos ao Inhotim, gostamos muito do espaço e estamos gostando muito do hotel e do clima da cidade”, disse Sabrina Delannoy, que reforçou a beleza da lagoa da Pampulha.
“Entendo que uma segurança a mais acontece quando os EUA estão envolvidos, mas não estou muito preocupada.”
Carli Lloyd
capitã dos EUA

“A distância do hotel para os locais de treino é grande, é importante ter essa segurança, nós temos nos sentido seguras em BH, estamos felizes e tranquilas.”
Clear Lavogez
defensora da França

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