Panfleto de supermercado mostra preços de vários produtos há 16 anos; quanta diferença...
Curiosidade.
Panfleto de supermercado de 2000 causou alvoroço no Facebook por mostrar
realidade de preços bem diferentes com a que vivemos hoje no país
PUBLICADO EM 21/07/16 - 03h00
Se você pegar um panfleto com ofertas do ano de
2000, possivelmente você vai se assustar ao comparar os preços daquele
ano com os praticados hoje. É o caso do pão francês que teve alta de
980%. O anúncio em questão foi publicado no Facebook no último dia 12 e
teve repercussão com 12 mil curtidas até essa quarta-feira (20), mais de
3.000 compartilhamentos e muitos comentários. Mesmo com efeitos
monetários, e com a melhora do poder aquisitivo do brasileiro, a
comparação com os preços de hoje é assustadora. A maioria dos produtos
anunciados no panfleto, curiosamente, subiu mais que a inflação
acumulada de janeiro de 2000 a junho deste ano, que foi de 195,34%. O
creme de leite, por exemplo, ficou 263,5% mais caro. Já o achocolatado
teve alta de 505%. (Veja gráfico ao lado).Apesar dos números assustadores, o coordenador do curso de relações internacionais do Ibmec/BH e doutor em economia Reginaldo Nogueira, faz algumas ressalvas. “É preciso tomar cuidado com a ilusão monetária. Não basta olhar o valor nominal”, alerta. Ele ressalta que na análise é necessário considerar o salário ganho hoje e na época, além da inflação. “Os salários e a inflação estão em descompasso, que se tornou mais expressivo e, logo, mais evidente, a partir de 2015”, observa. No caso do salário mínimo, o valor pago em 2000 era R$ 151. Hoje, está em R$ 880, valorização de 482%.
Nesse período, descontada a inflação, o ganho real do salário mínimo foi de 291,32%. Embora a conta feche favorável para o mínimo, Nogueira ressalta que o problema é que os salários não estão acompanhando as altas recentes de preços. “O problema não é o mínimo. A renda de várias categorias vem reduzindo diante do cenário que temos hoje”, disse.
Salário
Ganho real tem perdido intensidadeO aumento real do salário mínimo vem perdendo intensidade nos últimos anos, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Considerando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 11,28%, o aumento real do mínimo em janeiro deste ano foi de 0,36%. O resultado foi bem inferior ao de 2015, com ganho real de 2,46%. O ganho real recente mais expressivo foi em janeiro de 2012, com 7,59%.
Diante desse cenário, o coordenador do curso de administração da Newton, Leandro César da Silva, afirma que é necessário mudar os hábitos de consumo e pesquisar. (JG)
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