quinta-feira, 23 de junho de 2016

Para PT, busca na sede nacional do partido é 'desnecessária' e 'midiática'

Operação derivada da Lava Jato investiga desvio de R$ 100 milhões.
Ex-ministro Paulo Bernardo e secretário da prefeitura de SP foram presos.

Do G1, em Brasília -
23/06/2016 14h50 - Atualizado em 23/06/2016 15h01

A Comissão Executiva Nacional do PT classificou como "desnecessária" e "midiática" a busca e apreensão realizada pela Polícia Federal na sede do partido em São Paulo nesta quinta-feira (23), no âmbito da Operação Custo Brasil, desdobramento da 18ª fase da Operação Lava Jato. A ação investiga o desvio de R$ 100 milhões de um serviço de gestão do crédito consignado a funcionários públicos.
A busca na sede do PT contou com a participação de cerca de dez agentes do Grupo de Pronta Intervenção (GPI). Eles usavam roupas camufladas porque são considerados policiais de elite da Polícia Federal. Um agente de informática participou do ato e apreendeu um disco rígido de computador.
"Em meio à sucessão de fatos e denúncias envolvendo políticos e empresários acusados de corrupção, monta-se uma operação diversionista na tentativa renovada de criminalizar o PT", diz a nota.
No texto, a legenda ressalta ainda ser preciso garantir o amplo direito de defesa e o princípio de presunção de inocência aos filiados que são alvo de acusações, e finaliza informando que o partido está à disposição das autoridades para  prestar esclarecimentos (veja a íntegra da nota abaixo).
A bancada do PT no Senado também emitiu nota, na qual classifica de "abuso de poder" e "invasão" o cumprimento de mandados de busca e apreensão realizadas na residência da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher do ex-ministro Paulo Bernardo, um dos presos na operação.
Secretário de Haddad também é preso
Ex-titular do Planejamento do governo Lula e das Comunicações no primeiro governo Dilma, Bernardo é acusado pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter recebido cerca de R$ 7 milhões entre 2010 e 2015 por meio de esquema investigado na operação.
Além de Bernardo, o secretário de Gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), em São Paulo, Valter Correia, também foi preso. Há ainda um mandado de prisão preventiva para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que, condenado na Lava Jato, está preso desde 2015. Outro ex-tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, marido da ex-ministra do Desenvolvimento Social no governo Dilma, Tereza Campelo, é considerado foragido.
Leia a íntegra da nota divulgada pela direção nacional do PT:
O Partido dos Trabalhadores condena a desnecessária, midiática, busca e apreensão realizada na sede nacional de São Paulo.
Em meio à sucessão de fatos e denúncias envolvendo políticos e empresários acusados de corrupção, monta-se uma operação diversionista na tentativa renovada de criminalizar o PT.
A respeito das acusações assacadas contra filiados do partido, é preciso que lhes sejam assegurados o amplo direito de defesa e o princípio da presunção de inocência.
O PT, que nada tem a esconder, sempre esteve e está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos.
São Paulo, 23 de junho de 2016.
Comissão Executiva Nacional do PT

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