terça-feira, 21 de junho de 2016

MPMG aguarda Marcos Valério hoje e deve aceitar acordo de delação

Mensalão tucano

Colaboração será sobre o esquema que teria irrigado ilegalmente a campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB) em 1998; proposta do empresário foi antecipada com exclusividade pelo portal O TEMPO

PUBLICADO EM 21/06/16 - 03h00
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) aguarda hoje a presença do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza para prestar depoimento sobre o mensalão mineiro. Ele será ouvido por três promotores. De acordo com informações obtidas pelo Aparte, o órgão deve aceitar a proposta de colaboração do operador sobre o esquema que teria irrigado ilegalmente a campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB) em 1998. A proposta de Valério foi antecipada com exclusividade pelo portal O TEMPO no último dia 16.
Valério é réu no processo que investiga as ilegalidades operadas por tucanos no Estado e teria prometido informações que ajudarão os investigadores a elucidar o caso. Seu acordo teria potencial para implicar políticos com e sem foro privilegiado e nomes que ainda não teriam aparecido nas apurações do suposto esquema criminoso.
Entre os pedidos de Marcos Valério em troca de informações de interesse dos investigadores do mensalão mineiro estaria a transferência para a Apac de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. Detido no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, ele já tentou uma transferência para outra Apac, em Nova Lima, no ano passado, mas o pedido foi negado, já que ele não possuía residência na cidade.
Desmembrado em três processos na Justiça de Minas Gerais, o mensalão mineiro já levou à condenação, em primeira instância, do ex-presidente do PSDB e ex-deputado federal Eduardo Azeredo. Ele foi sentenciado a 20 anos e dez meses de prisão e recorre em liberdade. Em outra ação, o ex-senador Clésio Andrade, candidato a vice-governador na chapa de Azeredo em 1998, é processado, mas ainda não houve decisão da Justiça. Na terceira ação penal, são sete réus, incluindo Marcos Valério.
Em relação ao mensalão do PT, no nível nacional, como Marcos Valério já foi condenado e cumpre pena, não haveria mais espaço para uma delação premiada, como chegou a ser aventado inicialmente. O empresário, preso desde novembro de 2013, foi condenado a mais de 37 anos de prisão por corrupção ativa, peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O operador do esquema, no entanto, já se ofereceu para contribuir com esclarecimentos de fatos revelados na operação Lava Jato.

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