Três anos após a tão esperada duplicação da BR-381 ter, pelo menos a princípio, saído do papel, a obra não andou quase nada e agora grande parte dos projetos será revista. Em resumo, muitos trechos voltarão à estaca zero, sendo necessário, inclusive, nova licitação de projetos.
Não há sequer uma previsão de quando o plano inicial, que chegou a ser licitado e previa a duplicação entre BH e Governador Valadares, será concretizado. A única certeza que se tem é que, em 2016, o esforço que será feito se restringe à tentativa de preservação de intervenções já realizadas para evitar retrabalho.

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Com a decisão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) de descartar a possibilidade de criação da variante Santa Bárbara, uma opção de trajeto para desafogar a rodovia entre Itabira e Nova Era, os projetos dos lotes 4, 5 e 6 terão que ser refeitos. Os trechos não previam duplicação e, com a inviabilização da variante, isso será revisto.
“Os projetos não são aproveitados na íntegra porque o volume de veículos que vai passar por ali não se adequa na rodovia da forma como é hoje. Então, nós voltamos praticamente à estaca zero com esses lotes 4, 5 e 6”, afirma o superintendente do Dnit em Minas, Fabiano Cunha.
O chefe do órgão em Minas, que assumiu a função em janeiro, prevê uma nova licitação para os três lotes ainda neste ano. “Não vamos perder o que já foi feito porque vamos fazer algo paralelo”, garante Cunha. A construção da variante foi descartada por causa de entraves financeiros, pois o custo previsto para a obra é de cerca de R$ 8 bilhões, por transpor áreas de proteção ambiental e plantas de mineração.
Sem verba
A grande questão no momento é a falta de recursos para custear as obras. Dos R$ 130 milhões pedidos para as intervenções na 381 – que já é pouco diante da magnitude do trabalho –, apenas cerca de R$ 60 milhões foram, de fato, disponibilizados. “Com esse valor, vamos tocar o lote 7, a parte do viaduto, e proteger o que já temos hoje de terraplanagem pronta, porque há o risco de retrabalho se a gente não fizer a proteção”, explica Cunha.
Obras mesmo só devem ser realizadas nos trechos em 2017. Esta é uma previsão que, como todas, depende de recursos disponíveis para ser concretizada. “A proposta para 2017 é focar nos lotes 3.1 e 7. O contrato do 3.1 foi rescindido com a Isolux e a segunda colocada no processo foi convocada. Vamos iniciar com um novo cronograma de obras para executar o acesso aos túneis e a duplicação de um segmento que tem entre 20 e 30 quilômetros”, diz o superintendente do Dnit em Minas.
Outra prioridade no ano que vem, as intervenções previstas para o lote 7 devem, enfim, garantir a utilização de estruturas (túneis e outras obras de artes) que já estão prontas. O plano é dar continuidade à construção do viaduto de 600 metros, próximo a Caeté, e retomar as obras de duplicação onde já foi iniciada a terraplanagem. A ideia é concluir e entregar à comunidade parte do segmento.
Os lotes 1 e 2, que foram judicializados e estão sendo feitos lentamente pela Isolux, também estão indefinidos. A empresa quer mais tempo para executar as intervenções e há a possibilidade de os contratos serem rescindidos. Caso isso ocorra, o Dnit pode vir a assumir a obra nesse trecho. Sem recurso nem para tocar os outros segmentos, não se sabe de que forma isso seria viabilizado.
Mapa duplicação 381
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