A drástica mudança de rota anunciada pelo chanceler José Serra implodiu a opção preferencial pela infâmia que envergonhou o país decente por mais de 13 anos
O pedido de socorro remetido por Dilma Rousseff à comunidade
internacional foi ouvido por cinco países da série D ─ Cuba, Nicarágua,
Bolívia, Venezuela e Equador ─ e duas organizações regionais: Alba e
Unasul. A isso se resumiu a aliança com a qual a presidente de férias no
Palácio da Alvorada pretendia neutralizar o golpe imaginário e voltar
ao emprego: uma ditadura caribenha, uma irrelevância centro-americana,
três vizinhos bolivarianos e duas siglas inúteis. Sete anões. Com a
adesão de El Salvador, segundo baixinho centro-americano a meter-se em
assunto de gente grande, os sete viraram oito. Ou sete e meio.
Dilma viu no punhado de pigmeus insolentes a perfeita tradução da
“indignação internacional diante da farsa aqui montada”. Governantes de
nações civilizadas, que têm mais o que fazer, só conseguiram ver um
tedioso esperneio de outra nulidade demitida com a aplicação de normas
constitucionais. O ministro das Relações Exteriores, José Serra, viu um
bando de farsantes assustados com as evidências de que uma das primeiras
vítimas da troca de governo seria a política externa da cafajestagem. E
decidiu mostrar com quantas palavras se desfaz um desfile de bravatas.
Bastaram duas notas oficiais e meia dúzia de declarações para calar o
coro dos cucarachas. Nesta quarta-feira, em seu discurso de posse, o
chanceler concluiu o serviço de desmonte da usina de falsidades. Como
constatou o comentário de 1 minuto para o site de VEJA,
o país que presta não vai mais envergonhar-se com a submissão do
Itamaraty aos velhacos da seita lulopetista e aos matusaléns do Foro de
São Paulo. “A política externa será regida pelos valores do Estado e da
nação, não do governo e jamais de um partido”, resumiu Serra ao anunciar
a prioridade número 1.
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A número 2 formalizou a retomada da defesa sistemática dos direitos
humanos, da democracia e da liberdade ─ “em qualquer país e qualquer
regime político”. Que se cuidem os beneficiários da diplomacia nascida
do acalamento incestuoso de stalinistas farofeiros do PT e nacionalistas
de gafieira do Itamaraty, uns e outros sonhando com a Segunda Guerra
Fria que destruirá para sempre o imperialismo ianque. Em janeiro de
2003, esse aleijão que pariram subiu a rampa do Planalto acampado na
cabeça baldia de Lula.
Nos oito anos seguintes, fantasiado de potência emergente, o Brasil
envilecido pela abolição de valores morais não perderia nenhuma chance
de reafirmar a opção preferencial pela infâmia. O presidente acoelhou-se
com exigências descabidas do Paraguai e do Equador, suportou com
passividade bovina bofetadas desferidas pela Argentina, meteu o rabo
entre as pernas quando a Bolívia confiscou ativos da Petrobras e rasgou o
acordo para o fornecimento de gás, hostilizou a Colômbia democrática
para afagar os narcoterroristas das FARC.
Confrontado com bifurcações ou encruzilhadas, nunca fez a escolha
certa. E frequentemente se curvou a imposições de parceiros
vigaristas. Quando o Congresso de Honduras, com o aval da Suprema Corte,
destituiu legalmente o presidente Manuel Zelaya, o Brasil se dobrou às
vontades de Hugo Chávez. Decidido a reinstalar no poder o canastrão que
combinava um chapelão branco com o bigode graúna, convertido ao
bolivarianismo pelos petrodólares venezuelanos, Chávez convenceu Lula a
transformar a embaixada brasileira em Tegucigalpa na Pensão do Zelaya.
Para afagar Fidel Castro, Lula aprovou a deportação dos pugilistas
Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux, capturados pela Polícia Federal
quando tentavam fugir para a Alemanha pela rota do Rio. Entre a
civilização e a barbárie, o fundador do Brasil Maravilha invariavelmente
cravou a segunda opção. Com derramamentos de galã mexicano, prestou
vassalagem a figuras repulsivas como o faraó de opereta Hosni Mubarak, o
psicopata líbio Muammar Kadafi, o genocida africano Omar al-Bashir, o
iraniano atômico Mahmoud Ahmadinejad.
Coerentemente, o último ato de um presidente que se julgava capaz de
resolver com conversas de botequim os conflitos milenares do Oriente
Médio foi promover a asilado políticdo o assassino italiano Cesare
Battisti. Herdeira desse prodígio de sordidez, Dilma manteve o país de
joelhos e reincidiu em parcerias abjetas. Entre o governo constitucional
paraguaio e o presidente deposto Fernando Lugo, ficou com o reprodutor
de batina. Juntou-se com muita animação à conspiração tramada para
afastar o Paraguai do Mercosul e permitir a entrada da Venezuela.
Caprichou no papel de mucama de Chávez até a morte do
bolívar-de-hospício que virou passarinho. Para adiar a derrocada de
Nicolás Maduro, arranjou-lhe até papel higiênico vendido a preço de
ocasião.
Enquanto Lula prosperava como camelô de empreiteiras que exploravam o
Petrolão e facilitador de negociatas com obscenidades africanas cujas
dívidas com o Brasil havia perdoado, Dilma transformou a Granja do Torto
na casa de campo de Raúl Castro e presenteou a ditadura cubana com o
superporto que o Brasil não tem. Avançava no flerte com os companheiros
degoladores do Estado Islâmico quando a Operação Lava Jato começou.
Potencializada pela crise econômica, a maior roubalheira da história
apressou a demissão da mais bisonha governante do mundo. Os crápulas que
controlavam o Itamaraty acompanharam a chefe no caminho do
esquecimento.
“O Brasil vai perder o protagonismo e a relevância mundial”, recitou
Dilma nesta quinta-feira. O que o país perdeu foi o papel de grandalhão
idiota e obediente aos anões da vizinhança. Recuperou a altivez há tanto
tempo sumida. E logo chegará a hora de enquadrar os populistas
larápios, os ditadores assumidos e os tiranos embrionários que prendem
quem discorda, assassinam oposicionistas e sonham com a erradicação do
Estado de Direito.
Os incomodados que peçam ajuda à desterrada do Alvorada. Ou que se
queixem a Lula, se o parteiro da Era da Canalhice ainda estiver em
liberdade.
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