terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Revista dos EUA põe juiz Moro entre os 'caça-corruptos'

Operação Lava Jato

A "Americas Quarterly" é focada em política, cultura e negócios da América Latina. A publicação tem tiragem de 17 mil exemplares é distribuída a universidades, políticos, executivos e grandes empresas

Sérgio Moro
O juiz Sergio Moro é um dos destaques da edição da revista americana Americas Quartely
PUBLICADO EM 02/02/16 - 13h08
A última edição da revista "Americas Quartely", publicada pela Americas Society/Council of the Americas, é dedicada ao combate à corrupção em países da América Latina.
Entre os destaques está o juiz Sergio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato no Paraná, que aparece caracterizado como um "caçador de corruptos" -a revista traz ele ao lado do promotor colombiano Iván Velásquez e da procuradora-geral da Guatemala, Thelma Aldana, ao estilo dos personagens do filme "Os caça-fantasmas".
Fundada em 2007, a "Americas Quarterly" é focada em política, cultura e negócios da América Latina. A publicação tem tiragem de 17 mil exemplares é distribuída a universidades, políticos, executivos e grandes empresas. Fernando Henrique Cardoso participa do conselho editorial, assim como Ernesto Zedillo, ex-presidente do México, e Ricardo Lagos, ex-presidente do Chile.
A publicação afirma que uma nova geração de juízes, procuradores e ativistas da América Latina faz "progressos extraordinários" contra a corrupção na região, não importa o quão poderosos são os investigados.
No Brasil, a Lava Jato -que apura um esquema de corrupção na Petrobras- investiga grandes empresários, políticos e ex-diretores da estatal, muitos deles presos preventivamente e vários já condenados.
"Se este combate [à corrupção na região] continuar, ficará como uma das mais importantes mudanças para a América Latina no século 21", diz a publicação.
ESTRELA
O texto sobre Moro -assinado por Matias Spektor, doutor pela Universidade de Oxford, professor de relações internacionais na FGV e colunista da Folha de S.Paulo- afirma que o juiz é "uma estrela", mas que não pode ser considerado o "salvador do Brasil" porque as vitórias dele são parte de um longo e doloroso processo de reforma democrática que começou com o fim da ditadura militar.
Segundo a revista, o juiz teve acesso a instrumentos legais criados no período, mas ressalta que só alguém com "sua mistura de criatividade, inteligência e meticulosidade" poderia usar o pleno potencial de tais instrumentos.
A reportagem destaca a equipe que compõe a Lava Jato, "com experiência e habilidade para navegar o sistema legal bizantino do Brasil", e lembra que a operação tem sido alvo crescente de críticas, como a manutenção de prisões de investigados.
"Independentemente do resultado, no entanto, o movimento de Moro foi indiscutivelmente positivo", diz.
Na apresentação das reportagens sobre os destaques da edição, a revista diz estar "maravilhada" com os "caça-corruptos". "E nós esperamos que eles continuem a ter grande sucesso", afirma.

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