sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

BH tem a maior inflação da era Real para o mês de janeiro

Carestia

IPCA de 2,95% surpreende pesquisadores e teve como vilões salário de doméstico, IPTU e ônibus


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PUBLICADO EM 05/02/16 - 04h00
Empregado doméstico, IPTU, ônibus urbano, matrículas escolares e alimentos. Esses cinco itens foram os maiores responsáveis pelo aumento do custo de vida em Belo Horizonte no mês de janeiro. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead/UFMG), ficou em 2,94% no mês de janeiro e foi divulgado nesta quinta. É a maior inflação na capital mineira para o mês desde o início do Plano Real em 1994.
“Assusta demais por ser a primeira do ano e mostra aumento em produtos administrados como IPTU e tarifas de ônibus urbanos, e em despesas pessoais”, aponta Thaize Vieira Martins, coordenadora de pesquisas do Ipead/UFMG.
Dentre esses itens considerados vilões, a maior contribuição para o índice inflacionário de janeiro foi empregado doméstico. “Já é um impacto direto justamente por causa do reajuste do salário mínimo”, esclarece a coordenadora do Ipead/UFMG.
Esse tipo de serviço dentro de casa teve uma variação de 11,68% no mês de janeiro e contribuiu com 0,71 ponto percentual (p.p) no índice inflacionário. O IPTU aparece em segundo lugar como um dos maiores vilões: 10,71% e 0,59 pp. Aparecem também como destaques negativos as tarifas dos ônibus (8,48%), cursos de ensino fundamental (12,33%) e condomínio (3,25%).
O resultado não esperado, segundo o Ipead, foi a queda da alimentação em restaurantes (-1,61%). “Isso aconteceu porque os donos dos estabelecimentos tiveram que reduzir o preço do quilo da refeição para não espantar os clientes. Eles retiraram itens mais caros do cardápio e se adaptaram”, diz Thaize Martins.
Os grupos. Entre os grupos, porém, o de maior aumento em janeiro foi o de alimentos in natura: 13,77%. Aí, o tomate (55,26%) pesou demais no bolso da dona de casa. No acumulado de 12 meses, o produto ficou 95,10% mais caro. “A nossa defesa é pesquisar, boicotar os produtos que estão caros e cortar supérfluos”, aponta Solange Medeiros, coordenadora institucional do Movimento das Donas de Casa (MDC/ MG).
Cesta básica já custa R$ 413,04

A cesta básica em Belo Horizonte ficou 7,07% mais cara entre dezembro de 2015 e janeiro deste ano. O valor alcançou R$ 413,04 e já representa 46,94% do salário mínimo de um trabalhador.

“Vale ressaltar que no acumulado de 12 meses, a cesta básica na capital mineira teve aumento de 22,95%”, acrescenta Thaize Vieira Martins, coordenadora de pesquisas do Ipead/UFMG.

Em janeiro de 2015, o trabalhador pagava R$ 335,95 pela cesta em Belo Horizonte. Há um ano, esse produto representava 42,63% do salário mínimo em vigor.

Depois do já falado tomate, que teve o maior reajuste na passagem de dezembro para janeiro, o chã de dentro (1,95%) e a batata inglesa (7,16%) representaram os maiores impactos no custo da cesta básica na capital mineira.

Em seguida estão o pão francês; feijão carioquinha; leite; farinha de trigo; óleo de soja, arroz e açúcar cristal. A boa notícia é que a manteiga não teve reajuste, e o café moído (-0,11%) e a banana caturra (-8,78%) ficaram mais baratos em Belo Horizonte. 

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