Repasse
Suspeita é que a OAS tenha feito reforma em propriedade como forma de pagamento de propina
Pescador. Ex-presidente Lula usaria o sítio reformado pela OAS para levar os amigos para pescar
PUBLICADO EM 18/11/15 - 04h00- O Tempo
São Paulo.
A Polícia Federal investiga se a empreiteira OAS beneficiou a família
do ex-presidente Lula ao pagar por obras feitas em um sítio no interior
de São Paulo que é frequentado pelo petista e seus parentes.
A apuração faz parte de um pedido de perícia
contábil para saber se a OAS fez repasses de propinas para políticos,
agentes públicos e partidos políticos em operações de lavagem de
dinheiro. Com 150 mil m², o sítio fica na cidade de Atibaia (SP) e está
registrado em nome dos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar;
ambos sócios de Fábio Luís da Silva, filho do ex-presidente.
Além do requerimento para elaboração de
laudo sobre o sítio, a Polícia Federal também encaminhou na última
quinta-feira um ofício ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do
Estado de São Paulo pedindo a documentação referente a obras feitas no
imóvel, tecnicamente denominada ART (Anotação de Responsabilidade
Técnica).
Em abril, a revista “Veja” publicou a
informação de que o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, então preso na
Lava Jato, realizou uma reforma no sítio de Atibaia a pedido de Lula,
seu amigo.
Posteriormente Pinheiro foi solto por
decisão do Supremo Tribunal Federal para se defender em liberdade e em
seguida foi condenado a 16 anos de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro.
Atribuindo as informações a anotações feitas
por Pinheiro no Complexo Médico Penal, em Curitiba, a revista afirma
que as obras foram realizadas no primeiro semestre de 2011 e incluíram a
reforma completa de duas casas, a construção de um pavilhão e de área
para churrasqueira, a ampliação de uma piscina e a instalação de um
campo de futebol, além da transformação de um antigo lago em tanques de
peixe.
A publicação afirmou que os trabalhos teriam
sido coordenados pelo arquiteto Igenes Irigaray Neto, que teria sido
indicado pelo empresário José Carlos Bumlai, outro amigo de Lula.
A publicação afirmou, na ocasião, que os
operários trabalharam em turnos de dia e noite, incluindo finais de
semana, para acelerar a conclusão das obras e receberiam seus pagamentos
em dinheiro vivo.
Na perícia que envolverá o sítio, a PF
também vai analisar contratos da OAS com a Petrobras de 2004 a 2014 e as
transações financeiras entre a empreiteira e agentes públicos e
partidos políticos nesse período, com base em quebra de sigilo fiscal e
bancário. O objetivo é descobrir eventuais operações de lavagem de
dinheiro no âmbito da operação Lava Jato.
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Consultoria. Nizan
Guanaes afirmou ao juiz Sérgio Moro que o ex-ministro José Dirceu
prestou consultoria às suas empresas. Guanaes disse que pagou R$ 20 mil
mensais entre o 2008 e 2012.
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