quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Governo não tem relação com fatos que levaram Delcídio à prisão, diz líder

25/11/2015 12h15 - Atualizado em 25/11/2015 12h27


Segundo PF, ele foi preso por tentar atrapalhar investigações da Lava Jato.
Humberto Costa disse que não há 'nenhum fato patrocinado pelo governo'.

Laís AlegrettiDo G1, em Brasília
Após participar de reunião com os senadores do PT, o líder do partido no Senado, Humberto Costa (PE), disse nesta quarta-feira (25) que não há "qualquer tipo de envolvimento ou participação do governo" nos fatos que levaram o líder do governo na Casa, Delcídio do Amaral (PT-MS), à prisão.

Delcídio do Amaral foi preso pela PF no início da manhã em um hotel de Brasília, segundo os investigadores da Operação Lava Jato, por estar atrapalhando apurações.
Segundo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, a Procuradoria-Geral da República afirmou, em documento enviado à corte, que o parlamentar ofereceu R$ 50 mil mensais ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não fechasse acordo de delação premiada ou, se o fizesse, não citasse o parlamentar. Além disso, apresentou rota de fuga a Cerveró caso ele conseguisse habeas corpus no STF.

"É importante registrar também que não há, em nada que foi dito até agora, qualquer tipo de envolvimento ou participação do governo. Isso é importante dizer", afirmou Humberto Costa.
Em uma entrevista de cerca de 3 minutos, ele distanciou, em duas ocasiões, o governo Dilma Rousseff da prisão de Delcídio.

"Veja, não há nenhum fato patrocinado pelo governo. De tudo que foi dito até agora, são questões que correm totalmente ao largo do governo", reforçou.

Inédito
O líder do PT disse que o momento é "difícil" e que é a primeira vez, na história brasileira, que um senador é preso. "Sem dúvida é um momento muito difícil. [...] Todos nós estamos sob o impacto disso que aconteceu. É a primeira vez na história da República, até do Império, que ocorreu [a prisão de um senador]", disse.

Humberto Costa afirmou que, em reunião com o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), os senadores discutirão os próximos passos. "Teremos uma reunião de líderes também, daqui a pouco, com a presença do presidente da Casa onde vamos discutir o que fazer em nome do Senado Federal", disse.
Os autos do processo do senador devem ser enviados em até 24 horas pelo STF ao Senado para que a casa delibere, conforme prevê a Constituição Federal, sobre a manutenção da prisão do parlamentar.

"Na verdade, todos nós, todos os senadores, estão impactados com esse fato, com os eventos acontecidos. E, naturalmente, que nós vamos conversar agora para ter conhecimento de tudo que aconteceu. Não temos nada além daquilo que foi divulgado pela imprensa. Vamos avaliar as informações oficiais que devem estar chegando do Supremo Tribunal Federal (STF)", disse o senador.

Congresso
Humberto Costa afirmou que ainda não foi nomeado um interino para assumir as funções de Delcídio na liderança do governo no Senado. “O governo vai resolver. Certamente terá alguém interinamente”, disse.

Ele afirmou, ainda, que não sabe se ocorrerá a sessão do Congresso Nacional marcada para esta terça. A pauta da sessão do Congresso desta semana prevê a votação de três vetos da presidente Dilma Rousseff, entre os quais o veto ao texto que elevava de 70 para 75 anos o teto para a aposentadoria compulsória no serviço público do país.

Além dos três vetos, estão na pauta dos congressistas o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016 e a proposta de revisão da meta fiscal de 2015.

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