14/08/2015 06:57 - Atualizado em 14/08/2015 06:57
PM/Divulgação
Durante a manifestação, 60 pessoas foram presas e houve feridos
Com a previsão de mais uma manifestação nesta sexta-feira (14) na
capital mineira, a Polícia Militar (PM) garante que, se necessário, irá
agir com rigor caso ruas da cidade sejam fechadas durante atos do tipo.
De acordo com o tenente-coronel Gianfranco Caiafa, que comandou a ação
policial na manifestação contra o reajuste da tarifa de ônibus na última
quarta-feira, na Praça 7, a ordem continua sendo impedir que qualquer
protesto obstrua totalmente as vias, mesmo que, para isso, seja
necessário empregar a força.
“Tentaremos negociar, caso haja fechamento de via. A sociedade tem que
definir o que quer, estou atendendo a um clamor público e trabalhando
dentro da lei”, afirma o policial.
Na manifestação de quarta-feira, 60 pessoas foram presas e houve
feridos. A Ouvidoria do Estado abriu procedimento, já encaminhado para a
Corregedoria da PM, para apurar possíveis excessos por parte dos
militares. A investigação vai usar vídeos e fotos, já em análise pela
Ouvidoria.
Mesmo de férias, o ouvidor Paulo Alkmim começou a trabalhar no caso e
encaminhou pedido de providências também para a Promotoria de Direitos
Humanos. “Dadas as circunstâncias, vamos trabalhar de forma mais célere
para identificar se toda a ação se deu dentro da legalidade”.
Gianfranco disse não temer qualquer apuração. “Agi dentro da legalidade
e tenho como provar, tenho tudo gravado. O uso de força é traumático
mesmo, não tem como ser carinhoso, mas estou cumprindo a determinação do
governador”.
Arma não letal
A regulamentação sobre o uso de armas não letais pela PM deverá ser
discutida pelo governo estadual. A informação é do secretário de Estado
de Direitos Humanos, Cidadania e Participação Social, Nilmário Miranda.
“Nos últimos anos tem havido uso expressivo de balas de borracha, spray
de pimenta e bomba de efeito moral, precisamos regulamentar isso para
evitar lesões”, afirmou o titular da pasta.
De acordo com Nilmário, o governador Fernando Pimentel defende que as
manifestações não interrompam o trânsito, mas a polícia deve “se adaptar
às situações e agir “com moderação”.
Segundo a defensora pública Junia Roman Carvalho, o órgão assume a
defesa de todas as pessoas presas no protesto de quarta-feira, no
Juizado Especial Criminal. Ela disse ainda esperar que a PM haja de
forma mais “respeitosa” com os manifestantes, nesta sexta-feira (14).
Integrante do Movimento Tarifa Zero, Juliana Galvão classificou a ação
da polícia de “truculenta”. “Não sabemos se, com essa atitude da
polícia, o número de manifestantes vai crescer ou reduzir”, comentou.
A polícia não disse se irá reforçar efetivo para o ato desta sexta-feira (14), às 17h, contra o aumento da passagem
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