sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Opção pelo confronto



07/08/2015

Quando um partido que, após 12 anos no poder e iniciando mais um mandato, deixou o país à beira da bancarrota vai à televisão e adota um tom de deboche e confronto em relação a quem lhe faz oposição, é de se prever que a situação só tende a piorar. A inflação caminha para os dois dígitos, na casa dos 10%, a economia deve andar para trás neste ano, o desemprego é um fantasma em carne e osso, a taxa básica de juros no patamar de 14% e um escândalo de corrupção na Petrobras: esse é o legado da agremiação que está no comando do país.

A rejeição popular à presidente da República não para de crescer e as pessoas que apoiam o seu impeachment já são 66% da população, segundo pesquisa do Instituto Datafolha. No Congresso, o governo sofre derrota atrás de derrota. A base de apoio no Parlamento, conquistada a troco de nomeações para cargos no Executivo, também está fazendo água. O PDT e o PTB anunciaram que não votam mais com o Planalto.

E a presidente foi à TV dizer que “sabe suportar pressões e injustiças”. Sobre os constantes panelaços, o locutor do programa disse que o que o partido faz com panelas é “enchê-las de comida”. É uma zombaria insolente aos protestos da população, que não bate panelas porque está com fome, mas sim contra o festival de escândalos que abala o país.

No programa partidário mantiveram a alegação de que a democracia está sendo ameaçada, pelo risco de impeachment da mandatária. Mas o impedimento está previsto na legislação brasileira, através da lei 1.079/50, que prevê que atos contrários à probidade na administração e à guarda e o legal emprego dos dinheiros públicos “são passíveis da pena de perda do cargo”.

O processo tem que ser tramitado no Congresso. Desde quando assumiu o poder, em 2003, o ex-presidente Lula adotou a estratégia de criar dezenas de ministérios, quase 40, para distribuir cargos aos partidos e obter o apoio deles nas votações. Assim, conseguiu o suporte de 21 dos 28 partidos presentes no Parlamento. Agora são 19, com a saída de PDT e PTB. Só que muitos deles têm votado reiteradamente contra o Planalto, mostrando que os políticos temem a justiça das urnas.

A hora deveria ser de união para superação dos graves problemas enfrentados pelo Brasil. Mas o partido no poder parece ter feito a opção preferencial pelo confronto.

No programa partidário mantiveram a alegação de que a democracia está sendo ameaçada, pelo risco de impeachment da mandatária. Mas o impedimento está previsto na legislação brasileira
Fonte: http://www.hojeemdia.com.br/m-blogs/editorial-1.232858/op%C3%A7%C3%A3o-pelo-confronto-1.337996

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