terça-feira, 4 de agosto de 2015

MP denuncia ex-oficial de Comando de Operações da PM do Rio

04/08/2015 10h00 - Atualizado em 04/08/2015 12h13

Alexandre Fontenelle Ribeiro é acusado de lavagem de dinheiro.
Outros oficiais da PM e familiares de Fontenelle também são denunciados.

Do G1 Rio
Fontenelle foi preso na operação Amigos S.A
(Foto: Reprodução/TV Globo)
O coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira foi um dos detidos na operação (Foto: Reprodução/TV Globo) O Ministério Público do Rio ofereceu denúncia nesta terça-feira (4) contra o ex-comandante do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira, pelo crime de lavagem de dinheiro.

O Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado cumpre também nesta quarta 10 mandados de busca e apreensão em vários pontos do Rio. Corregedoria da Polícia Militar dá apoio à ação, que, nesta nova fase, recebeu o nome de Operação Profilaxia. Segundo a corporação, agentes da Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) da Secretaria de Estado de Segurança e da Corregedoria da Policia Militar cumpriam mandados de busca e apreensão em sete endereços na manhã desta terça.
Mãe e irmã denunciadas
Além de Fontenelle, preso na Operação Amigos S.A, foram denunciados também o ex-subcomandante do 14º BPM (Bangu), major Carlos Alexandre de Jesus Lucas; o ex-chefe da P2 do 14º BPM, capitão Walter Colchone Netto; o ex-coordenador operacional do 14º BPM, major Edson Alexandre Pinto de Góes; e as advogadas Maria Mércia Fontenelle de Oliveira e Maria Paula Fontenelle de Oliveira, respectivamente mãe e irmã do coronel Fontenelle.

Apartamento, que segundo a Secretaria de Segurança é a casa do major Lucas, foi um dos alvos da operação (Foto: Divulgação/Secretaria de Segurança)Apartamento, que segundo a
Secretaria de Segurança é a casa do major Lucas,
foi um dos alvos da operação
(Foto: Divulgação/Secretaria de Segurança)
De acordo com a denúncia, o coronel Fontenelle é o real proprietário de dois apartamentos registrados em nomes de terceiros e de uma casa em área nobre de Búzios, na Região dos Lagos. O primeiro apartamento, localizado no Grajaú, foi registrado no nome da irmã, Maria Paula, com 200 metros quadrados, avaliado em R$ 995 mil; o segundo, uma cobertura em Jacarepaguá, registrado nos nomes da mãe, do major Lucas e do capitão Colchone, no valor de R$ 750 mil, tem 300 metros quadrados.  As escrituras dos dois apartamentos foram feitas na mesma data, à época em que os oficiais atuavam no 14° BPM.  Além dos dois imóveis, Fontenelle também adquiriu no mesmo período um veículo Toyota Corolla.
No curso das investigações, R$ 287,6 mil em espécie foram apreendidos na residência do major Edson. O dinheiro estava acondicionado em sacos plásticos, em maços de R$ 5 mil, e escondido no interior de um armário. Também foram encontrados 400 euros, joias em ouro e um bilhete manuscrito, que demonstrava uma divisão de quantias em dinheiro entre coronel Alexandre, major Edson e capitão Colchone.

Ainda segundo a denúncia, Fontenelle incorreu no crime de lavagem de dinheiro três vezes e pode pegar pena de reclusão entre três e dez anos, por cada incidência, mais multa.

Também foram encaminhadas cópias dos autos para a Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva, para que se apure crime de improbidade administrativa por incompatibilidade patrimonial.

PMs soltos
A Operação Amigos S.A. foi deflagrada no dia 15 de setembro de 2014. Foram denunciados pelo crime de associação criminosa armada 26 policiais militares do 14° BPM, dentre eles, seis oficiais que integraram o Estado-Maior do batalhão. Um mototaxista que fazia parte do esquema de arrecadação de propina também foi preso. A quadrilha exigia pagamento de propina de comerciantes, mototaxistas, motoristas e cooperativas de vans, além de empresas transportadoras de cargas na área do batalhão. O processo tramita na 1ª Vara Criminal de Bangu.

Em dezembro, após 42 policiais serem presos entre setembro e outubro, 20 deles foram soltos, beneficiados por um habeas corpus. Fontenelle foi um dos beneficiados, juntamente com o ex-comandante do o 17ª BPM (Ilha do Governador), Dayzer Corpas Maciel.
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