Consumidor
Alta de preços e medo do desemprego trazem pessimismo
Contas.
Reajustes de água e de luz em Minas influenciaram nos gastos com condomínio residencial
PUBLICADO EM 06/08/15 - 03h00
Pela primeira vez em quase 12 anos, a inflação em Belo Horizonte
atingiu a casa dos dois dígitos e fechou o período de 12 meses encerrado
em julho em 10,14%. A última vez que isso ocorreu, segundo o Instituto
de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas
(Ipead/UFMG), foi em outubro de 2003, quando a inflação acumulada em 12
meses estava em 13,18%. Esse índice chegou ao patamar de 4,10% em julho
de 2008, abaixo da meta de 4,5% ao ano definida pelo governo federal.
No último mês de julho, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
que mede a evolução dos gastos das famílias com renda de 1 a 40 salários
mínimos, apresentou uma variação positiva de 0,68%. Os maiores vilões,
segundo o economista do Ipead Renato Mogiz, foram as passagens áreas e
custos com condomínio residencial, que contribuíram com 0,08%. “Julho é o
mês de férias escolares, período em que as famílias viajam mais”,
explicou.
Os reajustes nas tarifas de água e energia elétrica também
influenciaram os gastos da população com condomínio. “Cada vez mais a
inflação se distancia da meta. Esse resultado mostra um índice superior
ao previsto para este ano, de 9,5%”, confirma o professor da Fundação
Getúlio Vargas Marcus Vinícius Soares.
Juros. A pesquisa
do Ipead mostra ainda que, no mês passado, o custo do dinheiro ficou
ainda mais alto na capital mineira, dado que a taxa média mensal de
juros observada na maior parte dos tipos de empréstimos aumentou. Os
juros do cartão de crédito rotativo estão em 386,89% ao ano, enquanto
que o cheque especial fechou o mês em 290,02% ao ano. As taxas devem
sofrer reajuste ao longo de agosto, de acordo com Mogiz, já que o Comitê
de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou a taxa básica
para 14,25% ao ano.
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