sábado, 1 de agosto de 2015

Em protestos, bonecos de policiais são pendurados em rodovias do RS

01/08/2015 10h00 - Atualizado em 01/08/2015 13h42


Policiais militares e civis mostram indignação com parcelamento de salários.
Medida foi anunciada na sexta (31); paralisação é prevista para segunda (3).

Do G1 RS
Em Rio Grande, boneco com farda policial foi pendurado em viaduto (Foto: Ecosul/Divulgação)Em Rio Grande, boneco com farda policial foi pendurado em viaduto (Foto: Ecosul/Divulgação)
Protestos de policiais militares e civis foram realizados na madrugada deste sábado (1) pelo interior do Rio Grande do Sul. A cena que vem se repetindo nos últimos dias, com bonecos de policiais pendurados em viadutos e pneus queimados em rodovias, foi registrada novamente em cidades como Rio Grande, Carazinho, Santana do Livramento e Santiago.
Em Carazinho, faixa contra o governo foi colocada em rodovia (Foto: Divulgação/PRF)Em Carazinho, faixa contra o governo foi colocada
em rodovia (Foto: Divulgação/PRF)
A categoria está descontente com oparcelamento do salário de julho dos servidores estaduais. A medida foi anunciada na sexta-feira (31) de forma oficial pela Secretaria da Fazenda, mas já havia sido confirmada pelo vice-governador José Paulo Cairoli. O motivo da decisão, conforme o governo, são as quedas no orçamento nos últimos meses.
A última vez que os servidores tiveram os salários parcelados foi em 2007, durante o governo de Yeda Crusius.
Ao explicar os motivos que levaram o governo a parcelar os salários, o secretário estadual da Fazenda, Giovani Feltes, afirmou que a crise financeira pode se agravar ainda mais nos próximos meses.
Os protestos
Por volta das 4h15, policiais rodoviários federais registraram a manifestação no km 174 da BR-386, no Viaduto do Trem, em Carazinho. Pneus foram queimados no acostamento da rodovia e bonecos com uniformes da Brigada Militar e Polícia Civil foram pendurados. Também foram encontradas faixas com mensagens de protesto.
Faixa foi pendurada, e pneus foram queimados em estrada de Santiago (Foto: Vanessa Backes/RBS TV)Faixa foi pendurada, e pneus foram queimados em estrada de Santiago (Foto: Rafael Nemitz/Divulgação)
Em Rio Grande, o protesto contra o parcelamento dos salários do funcionalismo foi registrado no viaduto do trevo que dá acesso ao município, na BR-392. um boneco com a farda da Brigada Militar foi pendurado, e uma faixa também foi colocada com a frase: "Sartori, sem efetivo e sem salário eu não trabalho". O boneco foi retirado na manhã deste sábado pela Ecosul, concessionária que administra a rodovia.
Farda policial foi pendurada em viaduto em Carazinho (Foto: Divulgação/PRF)Farda policial foi pendurada em viaduto em
Carazinho (Foto: Divulgação/PRF)
Em Santiago, na Região Central, o protesto ocorreu na BR-287, também na madrugada. manifestantes queimaram pneus e colocaram um boneco com a farda da BM com uma corda no pescoço na rodovia. Não há informações sobre o autor do protesto.
Já durante a noite de sexta-feira (31), testemunhas relataram que viram homens usando toucas ninjas colocarem fogo em pneus embaixo do viaduto que dá acesso ao bairro Armour, em Santana do Livramento, na Fronteira Oeste. No local, foi pendurado um boneco com farda de bombeiro. O trânsito chegou a ser interrompido.
Paralisações programadas para segunda-feira (3)
Os servidores estaduais, policiais e também outros setores, programaram uma paralisação das atividades para segunda-feira (3). Saiba aqui o que pode ser afetado no estado com os protestos.
Na segurança pública, reuniões com associações de servidores da Brigada Militar e Corpo de Bombeiros, e também da Polícia Civil, decidiram que irão paralisar as atividades durante 24 horas, justamente em protesto contra o parcelamento de salários. A orientação é que somente casos de emergência sejam atendidos. Não deverá haver policiamento ostensivo. As associações sugerem aos servidores que permaneçam em quartéis e delegacias.
Na educação, os professores da rede estadual aprovaram a paralisação. A orientação da categoria é para que os pais não levem os filhos para as escolas estaduais.
Na área da saúde, que é municipalizada, a paralisação de servidores estaduais não deve ter  impacto significativo sobre postos e hospitais. Mesmo assim, os funcionários estaduais da área de saúde foram orientados a cruzar os braços, diz a Federação Sindical dos Servidores Públicos no Estado (Fessergs).

Nenhum comentário: