terça-feira, 11 de agosto de 2015

Dilma vai enfrentar dois protestos e tendência é de acirramento

11/08/2015 06:37 - Atualizado em 11/08/2015 06:37

Fonte: http://www.hojeemdia.com.br/noticias/politica/dilma-vai-enfrentar-dois-protestos-e-tendencia-e-de-acirramento-1.338822

Giulia Mendes - Hoje em Dia



Roberto Stuckert Filho/Presidência
Dilma vai enfrentar dois protestos e tendência é de acirramento
Mesmo em baixa, Dilma foi festejada durante entrega de unidades habitacionais no Maranhão

A presidente Dilma Rousseff vai enfrentar uma semana conturbada, com tendência de um acirramento da já difícil crise política. Estão programadas manifestações populares que pedirão, de uma forma ou de outra, a saída dela do Planalto, além da movimentação de empresários que prometem ir às ruas contra a política econômica do governo.
Para completar, o Tribunal de Contas da União (TCU) julgará ainda este mês as contas de Dilma de 2014, com possibilidade de rejeição em razão das chamadas “pedaladas fiscais” - melhoria artificial das contas do governo.
A semana passada já foi considerada infernal por aliados do governo federal, que sofreu várias derrotas na Câmara dos Deputados, acontecimentos como os panelaços, a pesquisa com alto índice de reprovação ao governo, aprovação da chamada “pauta-bomba” na Câmara com votos favoráveis dos dois maiores partidos governistas, PT e PMDB – apesar dos apelos contrários da equipe econômica – e a debandada do PDT e do PTB da base aliada (veja infográfico) enfraquecem ainda mais a governabilidade da presidente. Mas ainda não são capazes de provocar uma renúncia, conforme avaliam especialistas.
Análise
“O governo fica mais fraco do que já estava com as pesquisas, as dificuldades de articulação no Congresso, que já está bastante fragilizado, e a demanda de uma oposição mais aguerrida pela renúncia de Dilma (com o apoio declarado do PSDB às manifestações). Mas tudo isso ainda está longe de afetar a resiliência da presidente”, afirma o professor de Ciência Política da Faculdade Ibmec Oswaldo Dehon.
Para o cientista político Marco Antônio Teixeira, professor da Fundação Getúlio Vargas, o que mais pesa para o governo são os obstáculos do Legislativo.
“No momento em que o governo precisa estabilizar a economia, o Legislativo encontra formas de acentuar ainda mais os problemas econômicos”, disse. Uma alternativa, segundo Teixeira, é a reforma ministerial. “É uma forma de recompor o que restou da base e pacificar a relação para tentar reduzir a crise econômica”.
Insatisfação econômica
De acordo com Carlos Pastoriza, presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o protesto dos empresários será na quinta-feira (13), em São Paulo, com apoio da Força Sindical . “Será um grito de alerta. O país passa por uma recessão fabricada pela crise política. Precisamos de reformas estruturantes como a da Previdência, a tributária e a política, mas não há sinal de que algo será feito”.
Divergência de pautas enfraquece protestos, diz especialista
A divergência das pautas defendidas por diferentes segmentos populares, que marcaram protestos para domingo (16) pode enfraquecer a mobilização, na opinião do cientista político da FGV, Marco Antônio Teixeira.
“Uma parte quer novas eleições, outra o impeachment. E tem um grupo que pede apenas o fim da corrupção. Isso acaba dispersando os movimentos. A presença de políticos nos protestos é outro fator que tem causado rejeição nas ruas”.
Segundo representantes dos movimentos “Vem Pra Rua”, “Brasil Livre” e “Renova Brasil” , a expectativa é de que cerca de 30 mil pessoas compareçam às manifestações em BH A concentração será às 10h, na Praça da Liberdade.
Contraponto
Além de se encontrar com senadores e líderes políticos esta semana, a presidente se reunirá com movimentos de esquerda para tentar mostrar respaldo social em uma ofensiva contra as manifestações antigoverno.
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), União Nacional dos Estudantes (UNE), Frente Mineira pelo Brasil e Central Única dos Trabalhadores (CUT) convocam protestos para o dia 20 em todo o país. Em BH, o ato deverá ser no Centro.
“O foco será a defesa da democracia, contra qualquer tentativa de golpe e de retirada da presidente da República, que foi eleita democraticamente”, diz Beatriz Cerqueira, presidente da CUT/MG.

Nenhum comentário: