segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Dilma reúne coordenação política na 'hora da verdade'

Presidente se encontrou na noite deste domingo com ministros; na pauta, acerto de promessas


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Base. Em reunião com coordenação política, Dilma ouviria cobranças sobre promessas de cargos
PUBLICADO EM 10/08/15 - 03h00
Brasília. A presidente Dilma Rousseff reuniu neste domingo à noite no Palácio da Alvorada a equipe de coordenação política para discutir o esfacelamento da base e o agravamento da crise política na última semana. O tom da discussão foi antecipado no sábado por integrantes do núcleo de articulação, que classificaram o encontro como “a hora da verdade” para a presidente.
Ela convocou o vice, Michel Temer, 13 ministros e os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e no Senado, José Pimentel (PT-AC). As pautas-bomba e a redução do número de ministérios também foram pauta da reunião, que começou por volta das 19h30 e não havia terminado até o fechamento desta edição, às 21h40.
“Chegou a hora da verdade. Não dá mais para fingir que dá o que promete, mas, no fim das contas, não dá. Não pode prometer mais nada se não vai cumprir”, disse um ministro da coordenação política.
O encontro, que acontece às segundas-feiras, foi antecipado porque a presidente tem compromisso nesta segunda no Maranhão: cerimônia de entrega de unidades do Minha Casa, Minha Vida.
Horas antes da reunião, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rechaçou, por meio de sua conta no Twitter, que tenha se tornado o vilão das contas públicas e atribuiu ao próprio Planalto a responsabilidade pela crise política.
Cunha rompeu com o governo depois que foi citado, em delação premiada da operação Lava Jato, como um dos políticos que teriam recebido propina do esquema de corrupção montado dentro da Petrobras. Desde então, ele patrocina a chamada “pauta-bomba” na Câmara, com propostas que incluem o aumento das despesas públicas.
Em sua conta no Twitter, Cunha destacou que não é dono dos votos dos deputados. “Sem reagrupar a sua base e constituir uma maioria sólida, o governo continuará com problemas e sofrendo derrotas (...) A tentativa de alguns de me colocar como vilão das contas públicas por retaliação ao governo não tem amparo na realidade dos fatos”, escreveu.
Medo da renúncia
Frei. Amigo da presidente Dilma e do ex-presidente Lula, frei Betto diz temer pela renúncia da petista, com 71% de reprovação no Datafolha.
Prazo. Em entrevista à “Folha de S.Paulo”, ele disse que sua “pergunta íntima” é “se Dilma, pessoalmente, aguenta três anos pela frente”. “Ou ela dá uma mudança de rota ou ela pega a caneta e fala ‘vou pra casa, não dou conta’. Eu tenho esse temor”, completa.

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