Fonte: http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/dilma-re%C3%BAne-coordena%C3%A7%C3%A3o-pol%C3%ADtica-na-hora-da-verdade-1.1082662
Recomposição
Presidente se encontrou na noite deste domingo com ministros; na pauta, acerto de promessas
Base.
Em reunião com coordenação política, Dilma ouviria cobranças sobre promessas de cargos
PUBLICADO EM 10/08/15 - 03h00
Brasília. A
presidente Dilma Rousseff reuniu neste domingo à noite no Palácio da
Alvorada a equipe de coordenação política para discutir o esfacelamento
da base e o agravamento da crise política na última semana. O tom da
discussão foi antecipado no sábado por integrantes do núcleo de
articulação, que classificaram o encontro como “a hora da verdade” para a
presidente.
Ela convocou o vice, Michel Temer, 13
ministros e os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e
no Senado, José Pimentel (PT-AC). As pautas-bomba e a redução do número
de ministérios também foram pauta da reunião, que começou por volta das
19h30 e não havia terminado até o fechamento desta edição, às 21h40.
“Chegou a hora da verdade. Não dá mais para
fingir que dá o que promete, mas, no fim das contas, não dá. Não pode
prometer mais nada se não vai cumprir”, disse um ministro da coordenação
política.
O encontro, que acontece às segundas-feiras,
foi antecipado porque a presidente tem compromisso nesta segunda no
Maranhão: cerimônia de entrega de unidades do Minha Casa, Minha Vida.
Horas antes da reunião, o presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rechaçou, por meio de sua conta no
Twitter, que tenha se tornado o vilão das contas públicas e atribuiu ao
próprio Planalto a responsabilidade pela crise política.
Cunha rompeu com o governo depois que foi
citado, em delação premiada da operação Lava Jato, como um dos políticos
que teriam recebido propina do esquema de corrupção montado dentro da
Petrobras. Desde então, ele patrocina a chamada “pauta-bomba” na Câmara,
com propostas que incluem o aumento das despesas públicas.
Em sua conta no Twitter, Cunha destacou que
não é dono dos votos dos deputados. “Sem reagrupar a sua base e
constituir uma maioria sólida, o governo continuará com problemas e
sofrendo derrotas (...) A tentativa de alguns de me colocar como vilão
das contas públicas por retaliação ao governo não tem amparo na
realidade dos fatos”, escreveu.
Medo da renúncia
Frei. Amigo da
presidente Dilma e do ex-presidente Lula, frei Betto diz temer pela
renúncia da petista, com 71% de reprovação no Datafolha.
Prazo.
Em entrevista à “Folha de S.Paulo”, ele disse que sua “pergunta íntima”
é “se Dilma, pessoalmente, aguenta três anos pela frente”. “Ou ela dá
uma mudança de rota ou ela pega a caneta e fala ‘vou pra casa, não dou
conta’. Eu tenho esse temor”, completa.
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