quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Denúncia contra Cunha hoje deve esvaziar impeachment

Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br
  

20/08/2015

Tão ou mais importante que a formalização da denúncia a ser feita hoje contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, será a reação do acusado. De perfil explosivo e agressivo, Cunha ameaça que “não cairá sozinho”. Quando surgiu o primeiro indício de seu envolvimento, apontado em delação premiada que o acusou de receber US$ 5 milhões de propina, Cunha rompeu com o governo Dilma.
 
Além dele, outras duas dezenas de parlamentares poderão integrar a lista de Janot. Se a denúncia for aceita no Supremo Tribunal Federal, eles passarão a réu e serão julgados por essa Corte. Com isso, Cunha e a própria Câmara perderão a moral para abrir o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT).
 
Ponto e contraponto
 
O ex-presidente do STF Carlos Veloso abandonou ontem, em Nova Lima (Grande BH), a postura de magistrado para abrir o verbo contra o PT e o governo Dilma. Durante palestra no Conexão Empresarial-Lide, da VB Comunicação, Veloso disse que a renúncia da presidente faria bem ao país e que o PT acabou com a estatal símbolo da soberania nacional por meio da corrupção.
 
No contraponto, o líder petista Durval Ângelo, que não participou do evento, reagiu dizendo que vários ex-diretores da Petrobras envolvidos estavam na companhia desde o governo tucano (1995/2002). E que Veloso há muito não representa mais a magistratura. “Hoje, ele atua como advogado do PSDB”.
 
Insatisfação e rebelião na ALMG
 
A insatisfação na Assembleia Legislativa de parte da bancada governista, especialmente no chamado bloco independente, paralisou o início da votação do projeto que renegocia a dívida ativa do Estado de cerca de R$ 60 bilhões. Deputados aliados se uniram aos oposicionistas e apresentaram emendas apenas para atrasar a tramitação do projeto, num recado indireto ao governo mineiro.
 
A queixa dos deputados refere-se aos secretários Odair Cunha (Governo), José Afonso Bicalho (Fazenda) e Fausto Pereira dos Santos (Saúde), entre outras cobranças, pelo fato de não serem atendidos por eles. Há reclamações de nomeações, regime especial para empresas e atendimento em clínicas especializadas.
 
Para não correr riscos em plenário, as lideranças governistas decidiram suspender os debates e a primeira votação até que o clima se normalize. Na próxima semana, o presidente da Assembleia, Adalclever Lopes (PMDB), e o líder do Governo, Durval Ângelo (PT), irão ao governador Fernando Pimentel (PT) para apagarem o princípio de incêndio. O projeto da renegociação da dívida é considerado “imexível” e, dessa forma, acordo foi conduzido para sua tramitação até mesmo com a oposição.
 
A tendência é Cunha ser enquadrado por corrupção e lavagem de dinheiro

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