domingo, 9 de agosto de 2015

AUMENTO DAS PASSAGENS: Usuários reagem com surpresa e decepção ao 1º dia de ônibus mais caros (B.H)


Defensora pública diz que será difícil reverter a decisão do desembargador, mas que entrará em breve com uma ação civil pública com novo pedido de suspensão do aumento; Tarifa Zero vai protestar

PUBLICADO EM 08/08/15 - 16h08
O aumento de 9,7% na tarifa de ônibus da capital mineira foi autorizado na noite de sexta-feira (7), e na manhã deste sábado a plaquinha com o novo valor de R$ 3,40 já estava lá. Muitos passageiros foram pegos de surpresa, mas outros diziam que já esperavam "a novidade", que mais cedo ou mais tarde se "concretizaria", entre idas e vindas na Justiça.

Desde junho, havia especulações de que a passagem iria aumentar, e no último dia 31 de julho a Empresa de Transportes e Trânsito (BHTrans) anunciou que as viagens de ônibus estariam em média R$ 0,30 centavos mais caras, mas no mesmo dia o pedido da Defensoria Pública foi acatado pelo juiz Rinaldo Silva, de primeira instância, que suspendeu o aumento. Sete dias depois, a Prefeitura de Belo Horizonte e o consórcio Dez, um dos que prestam o serviço, conseguiram reverter a decisão em segunda instância. O desembargador Barros Levenhagen alegou que a atual crise financeira "afeta todo o equilíbrio contratual estabelecido".
"E o assalariado?", questionou assistente de serviço social Sandra Pontes, de 45 anos, que pega seis ônibus por dia para trabalhar e reclama da longa espera nos ônibus comuns: "A gente vai enfrentando, né? Tem que trabalhar".
Os últimos aumentos foram motivados pelos investimentos no Move, mas quem não utiliza o novo sistema (70% dos usuários) também paga a nova passagem. "Por um lado, com as novas pistas exclusivas as viagens ficaram mais rápidas, por outro, o ônibus comum que pego só anda lotado. Não entendo como a prefeitura entra com uma liminar contra o povo", diz a técnica em informática Kelly Cristine Assis, 26. Ela também pega seis ônibus por dia, nenhum do Move.
A defensora pública Júnia Carvalho informou que será difícil reverter a decisão do desembargador, mas entrará em breve com uma ação civil pública com novo pedido liminar. "Eu sinto a mesma decepção da população".
O movimento Tarifa Zero programa para a próxima quarta-feira um protesto contra o aumento das passagens na praça Sete, às 17h. No evento do Facebook já havia cerca de 800 pessoas confirmadas na tarde deste sábado.

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