Ações de fiscalização aos clandestinos caíram mais da metade em relação ao ano passado
Ações de fiscalização aos clandestinos caíram mais da metade em relação ao ano passado

Seis meses após o Hoje em Dia mostrar a prática de transporte clandestino intermunicipal sendo ofertado livremente em Belo Horizonte, empresas voltam a operar no Terminal JK, no bairro Barro Preto, região Centro-sul da capital. Além de mudar de local, o esquema contou com um período onde praticamente não houve fiscalização desse tipo de prática.
 
Nos seis primeiros meses deste ano, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG) registrou 1.891 autos de infração, 58% a menos que nos seis primeiros meses de 2014, quando foram feitas 4.466 apreensões. Mas a diferença não significa redução do transporte clandestino intermunicipal. Segundo o departamento, por causa da aprovação tardia do orçamento, realizada somente em março deste ano, o DER-MG começou as fiscalizações somente no mês de abril.
 
Atração
 
As viagens regulares clandestinas são realizadas principalmente para as regiões mais pobres do Estado como o Norte de Minas, e vales do Jequitinhonha e do Mucuri. A forma de atrair passageiros é variada: em frente à rodoviária, pela internet, por telefone e até escritórios fora da capital são algumas das modalidades utilizadas.
 
Um dos motivos para o serviço ilegal ser atrativo é a diferença tarifária das passagens. Para a cidade de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, por exemplo, enquanto a passagem regular custa R$ 127, o bilhete pelos clandestinos podem chegar a R$ 80.
 
Empresa flagrada há mais de dois anos em reportagem se muda para interior
 
A empresa CVA Turismo e Viagens, que teve a garagem e o escritório interditados pelo DER-MG em 2012 e no ano passado, voltou a operar no transporte clandestino. Mas no lugar de um ponto na capital, a viação negocia a venda de passagens de um número do interior do estado.
 
Por telefone, é possível fazer reservas e escolher as poltronas. O pagamento é feito no momento do embarque. “Paramos onde o passageiro desejar para o desembarque nas cidades”, explicou um funcionário que ofertava o transporte à reportagem. Perguntado, ele disse que estava em Governador Valadares, na região do Rio Doce.
 
Para “orientar” os passageiros, a empresa têm como suporte uma loja no Edifício JK, no Barro Preto. O local, identificado pelo funcionários como “guichê 24”, é o ponto de referência dos clientes. As viagens são realizadas todos os dias com embarque sempre às 19h30.
 
Uma passageira de 27 anos, que pediu anonimato, disse que usa o serviço ilegal. “O valor da passagem é menor. Mesmo sabendo do risco de ficar parada na estrada, vale a pena”, disse
 
Em nota, o DER-MG informou que realiza operações de fiscalização mensalmente com base em apurações internas do órgão em conjunto com os demais órgãos de fiscalização. Quanto ao Terminal JK, o departamento esclarece que o local é área privada e aberta ao público, sendo utilizada por agências de viagens de um modo geral, o que dificulta a identificação de ilegais.