quinta-feira, 2 de julho de 2015

Impopularidade recorde

Editorial
Jornal Hoje em Dia
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02/07/2015

A mais nova pesquisa feita pelo Ibope para a Confederação Nacional da Indústria, presidida pelo mineiro Robson Andrade, mostra que o que era ruim vai ficando cada vez pior. A presidente Dilma Rousseff está, como se diz popularmente, no fundo do poço. Apenas 9% dos mais de 200 milhões de brasileiros apoia sua gestão no segundo mandato. Sua maneira de governar é reprovada por 83% da população.

Ela se igualou a José Sarney – um aliado seu no Congresso, por sinal –, que governou o país três décadas atrás. Mas Sarney, o primeiro mandatário após a ditadura, recebeu a “herança maldita” dos governos dos generais. Pegou a inflação anual em 200% e o país quebrado. Seus anos de gestão foram uma sucessão de planos econômicos para tentar debelar a alta dos preços, que ocorria quase que diariamente.

A administração Sarney lançou os planos Cruzado, Cruzado II, Bresser e Verão, e mesmo assim, no final de seu mandato, em 1989, a inflação já estava em 1.700% ao ano. Foi justamente nesse ano que a popularidade do presidente chegou ao seu mais baixo nível, com 64% da população considerando seu governo como ruim ou péssimo. Dilma Rousseff bateu agora na casa dos 68%.

Sarney herdou os estertores do regime militar; já Dilma Rousseff colhe o que ela e seu partido vêm plantando há mais de 12 anos no país. E o gerente de pesquisas da CNI afirmou que a avaliação negativa pode aumentar ainda mais em futuras consultas, porque a apreciação do governo é determinada pelo desempenho da economia e o quadro político.

A economia está estagnada, a inflação cresce a cada dia e os escândalos de corrupção na Petrobras se aproximam perigosamente do Palácio do Planalto. Com esse portfólio, é de se esperar novas derrocadas na avaliação. Os correligionários de seu partido, claro, minimizaram a notícia nessa quarta. Para eles, é apenas um desgaste momentâneo. Um deles disse que a pesquisa não retrata o “sucesso” da atual visita da presidente aos EUA.

Como se os cidadãos estivessem preocupados com isso, e não com o aperto no custo de vida e no risco de desemprego. O vice-presidente disse nessa quarta: “Não temos crise e não vamos ter”. Esse descolamento da realidade mostra que o governo parece viver no mundo da fantasia.

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