segunda-feira, 25 de maio de 2015

Propostas para educação ainda não foram definidas em Minas

EM ATRASO

Documentos devem estar alinhados às 20 metas do PNE para incremento do ensino no país

Planos de educacao
Luciano Filho: eleições ‘empurraram’ início da elaboração dos planos
PUBLICADO EM 25/05/15 - 03h00
A menos de um mês do fim do prazo para a entrega dos planos estaduais e municipais de educação, apenas três Estados – de 26, mais o Distrito Federal –, e sete cidades mineiras, num universo de 853 municípios, conseguiram aprovar a elaboração das diretrizes que vão nortear a política educacional da próxima década. Para especialistas, o atraso na finalização dos projetos pode retardar a melhoria na carreira dos professores e o início de ações pedagógicas.

Estados e municípios que tiveram um ano para apresentar e aprovar seus documentos – e não o fizeram – deveriam ter projetos alinhados às 20 metas contidas no Plano Nacional de Educação (PNE), que foi sancionado em junho do ano passado pela Presidência. O projeto traz diretrizes de qualidade, abrangência e desenvolvimento educacional para o país, como a universalização da educação infantil, a alfabetização de todas as crianças até o fim do terceiro ano, o oferecimento de ensino em tempo integral em 50% das escolas públicas, triplicação de matrículas em educação profissionalizante e a valorização da carreira do professor, entre outras.
Em Minas, tanto a Secretarias de Estado de Educação quanto a municipal da capital acreditam que é possível cumprir o prazo. Em nota, a Secretaria de Estado da Educação informa que o documento que dará base ao projeto já está pronto e que a pasta está se empenhando para que o plano seja entregue e aprovado na Assembleia Legislativa até o próximo dia 24, data-limite estipulada na lei que criou o PNE.
O debate com a sociedade civil está previsto para começar hoje, em uma audiência pública na Casa. Além dos delegados (que têm direito a voto), todos os integrantes da sociedade civil interessados podem participar. “É provável que o governo não cumpra o prazo. Minas vai realizar 13 audiências públicas para levantar os pontos, e está programada uma plenária de todo o Estado, a ser realizada na capital”, explica a delegada e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Analise da Silva.
Além do atraso, polêmica. Em nível municipal, muitos delegados com direito a voto não concordam com a maneira com que o processo de construção do plano de educação está sendo conduzido. Até o fechamento desta edição, o site do PNE informava que a capital tinha concluído o diagnóstico, que é a segunda etapa entre as seis previstas no processo. Esse documento traz um raio X da educação em níveis municipal, estadual e da União, inclusive a privada, para possibilitar que os delegados tenham a real dimensão do ensino e possam sugerir ações mais assertivas.
A última reunião da VII Conferência Municipal de Educação para debate das propostas aconteceu no sábado passado. No entanto, a delegada Analise considera que o diagnóstico entregue não continha as informações necessárias para a elaboração de um plano, e, na visão da professora, só é possível propor soluções tendo o pleno conhecimento de como está a situação de determinados aspectos do município. Na reunião foi aprovada a criação do Fórum Permanente de Educação da capital.
“Para nós não é suficiente informar a porcentagem de crianças de 4 a 5 anos que estão na pré-escola, como foi feito. Precisamos saber quantas crianças de 4 e 5 anos vivem em Belo Horizonte e quantas não estão na pré-escola para sugerirmos o número de vagas que precisam ser criadas”, exemplifica. Clarisse Barreto, diretora do Sindicato de Professores do Estado Minas Gerais, considera que, sem o diagnóstico completo, é impossível avaliar quais aspectos precisam ser melhorados. “O diagnóstico de um plano municipal de dez anos precisa ter informações estaduais e federais. Não há como conduzir políticas públicas sem isso”.
Um avanço no plano que está sendo discutido diz respeito às questões relacionadas a diversidade sexual e racial, além do respeito à pessoa com deficiência. Eles terão ações específicas no projeto da capital.

Nenhum comentário: