terça-feira, 12 de maio de 2015

Para jornal britânico, economia fraca e corrupção afastam investidores do Brasil


Em especial, o Financial Times fez uma analise da economia brasileira. Segundo o jornal, mercados reagiram bem a nomeação de Levy para a Fazenda

REDAÇÃO ÉPOCA
12/05/2015 - 13h22 - Atualizado 12/05/2015 13h23
A presidente Dilma Rousseff fala pela primeira vez após protestos de 15 de março (Foto: EFE/Fernando Bizerra Jr)
O jornal britânico Financial Times (FT)  publicou, nesta terça-feira (12), um conjunto de reportagens especiais analisando a situação política e econômica do Brasil. O jornal lembra dos recentes escândalos de corrupção, dos problemas econômicos que ameaçam a prosperidade da classe média e de como essa receita ameaça a estabilidade do governo da presidente Dilma Rousseff. O Estado de S. Paulo lembra que, no mesmo dia em que o ministro da Fazenda Joaquim Levy chega a Londres para uma reunião com investidores, o FT destaca que, se o Brasil não voltar a crescer, seu grau de investimento deve cair.

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O especial do FT conta com seis reportagens e um artigo escrito por Fernando Meirelles, ex-presidente do Banco Central. Segundo o jornal, os problemas econômicos e a corrupção tiveram reflexos severos na popularidade do governo Dilma Rousseff: “Em 2013, dois anos depois de assumir o governo, a presidente Dilma Rousseff estava entre os presidentes mais populares do mundo. Na época, 65% dos brasileiros achavam que ela fazia um trabalho bom ou excelente. Em março deste ano, no entanto, a situação era inversa, com 62% brasileiros achando que ela faz um trabalho ruim ou péssimo”.

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Para o jornal, frente a isso, o governo reagiu: “depois de afastar investidores com uma combinação tóxica de políticas pouco convencionais, intervenção estatal e um modelo econômico populista, a presidente Dilma Rousseff finalmente começou a fazer as pazes com o mercado”. As medidas tomadas, com  a nomeação de Levy, foram custosas para a administração petista: de acordo com o jornal, a reeleição de Dilma se amparou em um discurso “anticapitalista”, e o corte de gastos implementados contraria esse discurso.

Mas o jornal faz elogios a Levy, tido como um economista confiável, “treinado pela Universidade de Chicago”. De acordo com o FT, investidores de longo prazo reagiram de maneira positiva à nomeação de Levy, mas aguardam novas definições da política econômica.

O jornal também destaca a dependência brasileira a exportação de commodities, como minerais e soja. Segundo o FT, desde o primeiro governo Lula, a exportação de commodities cresceu 29%, ocupando 49% da pauta de exportações. Por anos, a valorização desses artigos garantiu recursos que foram reinvestidos em programas sociais. Ao longo dos últimos anos, a demanda internacional por esses artigos, sobretudo por parte dos chineses, diminuiu, e os preços caíram. O jornal lembra que, para muitos, o importante, agora, é diversificar as exportações. Mas também destaca que podemos aproveitar a vantagem competitiva no setor de produção de carnes – o Brasil é o maior produtor de carne em todo mundo, uma vantagem em um contexto em que cresce a demanda por dietas ricas em proteína e refeições prontas.
RC

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