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Lula
Investigações apuram o envolvimento de Lula em tráfico de influência no BNDES

O Ministério Público Federal pediu, nesta terça-feira (19), explicações ao Instituto Lula, ao BNDES e à Odebrecht para apurar as suspeitas de tráfico de influência do ex-presidente em favor da construtora.

A medida faz parte do inquérito aberto pelo MPF para investigar se Lula agiu junto ao BNDES para que o banco financiasse obras de Odebrecht fora do Brasil, principalmente em países da África e da América Latina. Paralelamente, a empreiteira bancou diversas viagens de Lula ao exterior.

O Ministério Público prorrogou por 30 dias o prazo para conclusão das apurações. Além disso, determinou que, em 15 dias, o Instituto Lula forneça a agenda de viagens do ex-presidente para a América Latina e a África entre 2011 e 2014.

Questiona ainda se, durante essas visitas, Lula ministrou palestras e quem pagou por elas.  À Odebrecht, o MPF perguntou se a empresa arcou com viagens internacionais de Lula, se elas tinham alguma relação com investimentos da construtora no mercado externo e pediu os eventuais registros da presença de
representantes da empreiteira que teriam acompanhado o petista.

Os investigadores também perguntaram se a Odebrecht firmou contratos com o Instituto Lula e com governos de países africanos e latino americanos entre 2011 e o ano passado. Querem saber quais desses projetos contaram com apoio financeiros do BNDES.

A mesma solicitação foi encaminhada ao BNDES, incluindo pedido de acesso a informações detalhadas e documentos referentes ao financiamento de obras da construtora. Em outra diligência, o Ministério Público espera que o Itamaraty envie cópias de telegramas e despachos sobre viagens de Lula ao exterior, relacionadas ou não com a Odebrecht. Os principais alvos são as visitas a Cuba, Panamá, Venezuela, República Dominicana e Angola.

Todos têm até 15 dias para remeter as informações ao MPF.

Lula faz queixa disciplinar contra procurador que pediu sua investigação
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou com uma reclamação disciplinar contra o procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes. O procurador é o autor de uma notícia de fato contra Lula, no qual pede investigação da suspeita de que o ex-presidente tenha cometido tráfico de influência em favor da empresa Odebrecht. 

Na reclamação disciplinar, Lula incluiu cópias de postagens do procurador nas redes sociais, incluindo manifestações de simpatia à candidatura Marina Silva (PSB) no primeiro turno e do tucano Aécio Neves no segundo. Os posts não estão mais disponíveis nas redes sociais.

Ex-presidente entrou com a representação no Conselho Nacional do Ministério Público sob o argumento de que o procurador feriu a legislação, que proíbe manifestação político-partidária de membros do Ministério Público.

Segundo integrantes da procuradoria, a representação foi apresentada na sexta-feira (15). Procurado, o Instituto Lula não quis se pronunciar alegando que o Ministério Público determinou que o processo corra em sigilo.

Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, por sua vez, disse que se manifestará depois de tomar conhecimento da representação. Mas nega que tenha pedido votos nas eleições.