sábado, 16 de maio de 2015

Editor do Brazilian Press diz que agora é a hora de ir para os EUA


DE FÉRIAS EM VALADARES, SILVIO DE SOUZA DIZ QUE CRISE QUE O BRASIL ESTÁ VIVENDO AGORA JÁ PASSOU NOS ESTADOS UNIDOS
FOTO: Antônio Cota
NOS EUA há 27 anos, o editor conta que enfrentou problemas com a adaptação, mas com o tempo se acostumou com o clima e principalmente com a árdua rotina de trabalho dos norte-americanos
GOVERNADOR VALADARES -
Será que o sonho do valadarense de ir para os Estados Unidos continua? Por muito tempo Valadares ficou nacionalmente conhecida como o celeiro de trabalhadores que foram tentar a sorte em território norte-americano. No entanto, especula-se que o ritmo de migração de brasileiros para a terra do Tio Sam tenha caído nos últimos anos, especialmente após a crise do dólar, que assolou o país entre os anos de 2006 e 2011. Mas agora parece que o sonho de ganhar a vida na “terra prometida” voltou. Quem vive por muito tempo na América garante que esse é o momento do brasileiro voltar para lá.
 
Passando férias na casa da mãe, em Valadares, o editor-chefe e fundador do jornal “Brazilian Press”, de New Jersey, considerado o maior jornal brasileiro fora do país, Silvio de Souza revelou que a maioria dos brasileiros se arrepende de ter voltado dos Estados Unidos mais cedo. “Agora sim, vale a pena ir para a América — a crise já chegou ao fim [lá]. O processo migratório é mais ou menos intenso, mas nunca cessa. De 10 brasileiros que voltam 7 se arrependem de não ter ficado mais tempo nos EUA. Tenho um amigo que voltou para o Brasil e se arrependeu porque estava com medo da crise. Vivo do Brazilian Press há 18 anos. Já estive melhor, mas não penso em voltar. Tudo o que conquistei foi com muito trabalho, tenho muita coisa ainda para fazer enquanto estiver lá”, afirmou.
 
Nos EUA há 27 anos, o editor conta que enfrentou problemas com a adaptação, mas com o tempo se acostumou com o clima e principalmente com a árdua rotina de trabalho dos norte-americanos. “Lá o trabalho não para. O jornal surgiu por acidente. Antes eu trabalhava em tudo: construção civil, peixaria, restaurante. Depois que a ideia do jornal apareceu, fazia tudo sozinho: as reportagens, as fotos e a edição. Já consegui mandar o jornal para 12 estados. Hoje o jornal trabalha com freelancers e não tenho funcionários fixo”, conta.
 
Fazendo o caminho inverso, a estudante de psicologia Francisca Fernandez, que morou por 17 anos também em New Jersey, revela que o tempo de ficar nos EUA já passou. A ida para New Jersey foi apenas para garantir o tradicional “pé de meia” da família. “No meu caso foi opcional. Retornei para Valadares no ano passado porque já tinha conseguido o que precisava. Criei meu filho lá, mas não penso em retornar. Só para viagens. É mais fácil encontrar um emprego para o valadarense na região de New Jersey do que aqui, São Paulo ou Belo Horizonte”, disse a estudante, que passou por dificuldades de readaptação no Brasil.
 
Muitos ainda pensam em voltar para os Estados Unidos devido à condição econômica ser melhor lá do que em terras tupiniquins. Mas Silvio lembra que, independentemente da profissão, o trabalho não deve ser escolhido a dedo. “Quem quiser ir para lá tem que esquecer que vai trabalhar somente na sua área de profissão; lá é trabalho. Profissões com curso superior são mais difíceis do que as demais profissões. Para jornalista, por exemplo, não vale a pena, pois com a popularização da internet eu consigo terceirizar o trabalho. Todo dia tem brasileiro lá. A crise que os EUA viveu em meados de 2006 já acabou, agora está começando no Brasil e vai piorar mais. Não tenho intenção de voltar para o Brasil. Quando venho é só para visitar a família”, afirma Silvio de Souza.


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