quarta-feira, 20 de maio de 2015

Deputado diz que estudantes acham que 'têm autorização para se drogar'

FAFICH

Sargento Rodrigues (PDT) disse que existem "estudantes dos cursos de ciências humanas que, ao passar no vestibular, entendem que receberam um certificado autorizando-os a consumir drogas dentro da universidade"


PUBLICADO EM 19/05/15 - 19h38
"Há alguns estudantes dos cursos de ciências humanas que, ao passar no vestibular, entendem que receberam um certificado autorizando-os a consumir drogas dentro da universidade". A frase polêmica é do deputado estadual sargento Rodrigues (PDT), presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que solicitou uma audiência pública, às 9h30 desta quarta-feira (20), para debater a ocorrência de tráfico e uso de drogas dentro do campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Pampulha, em Belo Horizonte. 

A frase foi divulgada no site da ALMG na última sexta-feira (15). Segundo o parlamentar, o debate foi motivado após a série de denúncias de que os traficantes estariam agindo livremente no campus da universidade. “É um crime hediondo, de grande complexidade, e ainda mais preocupante por estar acontecendo dentro de uma universidade. Não se trata apenas de usuários, mas de traficantes que entram no campus sem que haja uma resposta efetiva por parte das autoridades e, principalmente, da direção da instituição”, afirma Rodrigues.
Para ele, o tráfico de drogas é um crime que deve ser combatido com o apoio de toda a sociedade, e, por isso, a audiência pública seria de suma importância. O sargento alegou ainda que o problema teria contornos ainda mais graves nas dependências do Diretório Acadêmico da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich).
“É uma verdade que precisa ser dita. Há alguns estudantes dos cursos de ciências humanas que, ao passar no vestibular, entendem que receberam um certificado autorizando-os a consumir drogas dentro da universidade. A Lei Federal 11.343, de 2006, trata tanto do crime de uso quanto do tráfico. É uma lei ampla que pode inclusive, em virtude da omissão, apontar alguns crimes cometidos pela própria direção da universidade”, argumenta o deputado. 
Rodrigues é defensor de uma atuação mais incisiva da direção da UFMG, acionando a Polícia Federal, que tem jurisdição sobre a área do campus, ou mesmo apoiando ações das polícias Civil e Militar, que também poderiam investigar o problema. “É uma vergonha para Minas Gerais ter traficantes agindo à luz do dia dentro do ambiente acadêmico”, critica o parlamentar.
Estudantes não teriam sido convidados
Representantes dos estudantes da faculdade e dos DA's não chegaram a ser convidados para participar da discussão. Entre a lista dos chamados para o encontro estão o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro; o reitor da UFMG, Jaime Arturo Ramírez e o diretor da Fafich, Fernando de Barros Filgueira.
Também foram chamados para participar da audiência o procurador de justiça André Estevão Ubaldino Pereira, que coordena a Promotoria de Combate ao Crime Organizado; o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marco Antônio Badaró Bianchini; o chefe do Departamento Antidrogas da Polícia Civil, Márcio Lobato; e o superintendente regional da Polícia Federal, Sérgio Barboza Menezes.

Nenhum comentário: