quarta-feira, 13 de maio de 2015

China investirá R$ 160 bilhões no Brasil

Dinheiro será usado para custear obras de infraestrutura; acordo deve ser assinado na próxima semana com a visita do primeiro-ministro chinês ao país

 - Atualizado em 
Bandeira da China
Um dos projetos que fazem parte do pacote de investimentos é a construção de uma ferrovia que vai cortar a América do Sul, ligando o Brasil ao Peru(Daniel Berehulak/Getty Images/VEJA)
O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, desembarca no país na próxima terça-feira trazendo consigo um pacote de investimentos e projetos de cooperação avaliados em 53 bilhões de dólares, ou 160 bilhões de reais. Os aportes são fruto de um entendimento selado entre Brasil e China para financiar obras nas áreas de infraestrutura, energia, mineração e manufatura no país. O acordo deve ser assinado pelas autoridades dos dois países durante a visita do premiê.
A expectativa é que esse montante seja direcionado para um fundo da Caixa Econômica Federal. O governo chinês mantém fundos semelhantes em outros países, como México e Equador. "Os recursos serão utilizados para apoiar investimentos de infraestrutura e, obviamente, financiar empresas chinesas também", afirmou uma fonte a par das negociações.
Um dos principais projetos que fazem parte desse pacote é a Ferrovia Transoceânica, que ligaria por trilhos o Oceano Atlântico, no Brasil, ao Pacífico, no Peru. O empreendimento visa baratear o preço da soja e do minério de ferro, principais produtos exportados para a China.
Também neste ano, o Banco de Desenvolvimento do país asiático fechou contrato de financiamento de 3,5 bilhões de dólares com a Petrobras.
LEIA TAMBÉM:
Nos últimos anos, os bancos estatais chineses intensificaram os financiamentos na América Latina. No ano passado, emprestaram 22,1 bilhões de dólares a países e empresas da região, valor superior aos empréstimos feitos pelo Banco Mundial (Bird) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O montante também é 71% maior ao que foi desembolsado no ano anterior. Os dados foram levantados pelo professor da Universidade de Boston, Kevin Gallagher. De acordo com o levantamento, na última década terminada em 2014 instituições chinesas liberaram 119 bilhões de dólares para a região.
Com essa operação, os chineses passam a ser uma fonte alternativa de recursos à infraestrutura no momento em que a equipe econômica do governo quer diminuir o papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no financiamento de empresas e projetos pelo país.
Os bancos do país asiático, no entanto, geralmente estabelecem acordos que vão além de pagamento em dinheiro. Para cobrar juros mais baixos, as operações de financiamento envolvem também intercâmbio de serviços e produtos entre os dois países.
(Com Estadão Conteúdo)

Nenhum comentário: