sábado, 9 de maio de 2015

A crise e seus desdobramentos


Editorial
Jornal Hoje em Dia
portal@hojeemdia.com.br
 

09/05/2015

Imagens ilustrativas - Google Images
A indústria de veículos – um dos setores mais afetados pela atual crise econômica –, em função da queda nas vendas, tem adotado diversas medidas para mitigar os custos, sobretudo em relação aos operários de suas fábricas. Estão sendo adotadas a antecipação de férias coletivas, a concessão de licenças remuneradas e a suspensão temporária de contratos de trabalho, o chamado layoff, além, é claro, das demissões. Mas em Minas a Iveco adotou uma outra estratégia, a semana de três dias de trabalho.
 
Os trabalhadores vivem uma situação exasperante, segundo o sindicato da categoria. Na cidade de Sete Lagoas, no Centro-oeste de Minas, onde fica a Iveco, pelo menos 1.416 empregos foram cortados nessa indústria neste ano. O complexo industrial da Iveco produz micro-ônibus e caminhões leves e pesados, além de viaturas para as Forças Armadas.
 
A assessoria da empresa informou que a crise afeta principalmente o ramo dos veículos pesados, justamente os que são utilizados no transporte de cargas. É o efeito cascata da retração econômica nos outros setores da produção. Segundo a Anfavea, a associação que reúne as montadoras do país, o nível de produção de veículos hoje retrocederam aos patamares de 2007. Somente em março, o total de unidades comercializadas foi 25% inferior ao mesmo mês em 2014.
 
Com as vendas em baixa, os pátios estão lotados. Os estoques, que em março estavam em 360 mil unidades, em abril passaram a 367 mil. Ainda segundo a Anfavea, em 12 meses o setor demitiu mais de 14 mil operários. E, segundo o presidente da entidade, o setor ainda está com “excedente de pessoal”. A indústria automotiva emprega 139 mil pessoas no país.
 
Enquanto isso, o Índice de Preços ao Consumidor, que mede a inflação oficial, já bate nos 4,5% nos quatro primeiros meses deste ano. Em 12 meses o percentual já está em 8,17%, bem acima do que o governo queria que estivesse, de 4,5%. O Banco Central admitiu que foi principalmente o aumento das tarifas públicas, como energia elétrica, metrô, ônibus e gasolina, que fizeram o índice crescer.
 
Ou seja, é o próprio governo pondo mais lenha na fogueira da crise.
 
OLHO: Com as vendas em baixa, os pátios estão lotados. Os estoques, que em março eram de 360 mil unidades, em abril passaram a 367 mil. Ainda segundo a Anfavea, em 12 meses o setor demitiu mais de 14 mil operários

Nenhum comentário: