Depois de muito mistério e tensão, o Supremo Tribunal Federal (STF) quebrou na noite desta sexta (6) o sigilo dos 50 nomes que serão investigados pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, por suspeita de envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras. Entre os citados, estão dois parlamentares mineiros: o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) e o deputado federal Luiz Fernando Faria (PP-MG). 
 
Ex-governador de Minas e um dos principais aliados do senador Aécio Neves (PSDB-MG) em Minas, Anastasia teve o nome citado na Operação Lava Jato da Policia Federal (PF) como suposto beneficiário de propina distribuída pelo doleiro Alberto Youssef. De acordo com reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, em janeiro, o policial federal Jayme Alves de Oliveira, conhecido como Careca, delatou aos investigadores que entregou R$ 1 milhão para Anastasia quando o tucano disputava o governo mineiro em 2010. 
 
Em nota divulgada na época, Anastasia negou conhecer Youssef e Careca. Com repercussão da notícia, o advogado Youssef veio à público para dizer que seu cliente nunca pediu ao policial federal que entregasse qualquer quantia ao senador tucano. 
 
Em entrevista após a divulgação da lista, o presidente estadual do PSDB em Minas, deputado federal Marcus Pestana classificou de “absurda” a tese da PGR. Pestana disse que o partido recebeu com indignação e perplexidade a inclusão do nome do senador no rol dos investigados. “Nós ainda vamos conhecer o teor das acusações, mas é inacreditável que a PGR tenha apresentado esse pedido de abertura de investigação com base em depoimento de uma pessoa desqualificada e sem credibilidade. Ele vai se defender e, no fim do processo, será inocentado”, declarou Pestana.
 
Em depoimento de delação premiada, o doleiro Youssef afirmou que o deputado Luiz Fernando participou do esquema de propina e indicou a contratação de uma empresa de mineração e construção pesada para as obras da refinaria Premium I, no Maranhão. A revelação foi feita nesta semana pelo portal da revista “Veja”. Na ocasião, o parlamentar mineiro negou categoricamente a indicação e ter recebido propina. Procurado em seu gabinete em Brasília e em seu escritório político em BH, o deputado não se pronunciou. A assessoria de imprensa do PP em Minas também foi procurada, mas não atendeu aos telefonemas da reportagem.
 
Veja a lista completa:
 
Senadores
 
Renan Calheiros (PMDB-AL) - presidente do Senado
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Edison Lobão (PMDB-MA)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Humberto Costa (PT-PE)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Gladison Cameli (PP-AC)
Benedito de Lira (PP-AL)
Fernando Collor (PTB-AL)
Antonio Anastasia (PSDB-MG)
 
Deputados
 
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – presidente da Câmara
Aníbal Gomes (PMDB-CE)
Simão Sessim (PP-RJ)
João Pizzolati (PP-SC)
Luiz Fernando Ramos Faria (PP-MG)
Arthur Lira (PP-AL)
Waldir Maranhão Cardoso (PP-MA)
José Otávio Germano (PP-RS)
Eduardo da Fonte (PP-PE)
Nelson Meurer (PP-PR)
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)
Roberto Balestra (PP-GO)
Aline Oliveira (PP-SP)
Dilceu João Sperafico (PP-PR)
Jeronimo Goergen (PP-RS)
Sandes Junior (PP-GO)
Renato Delmar Molling (PP-RS)
Alfonso Hamm (PP-RS)
Missionário José Olimpio (PP-SP)
Lázaro Botelho (PP-TO)
Luiz Carlos Heinze (PP-RS)
Roberto Pereira de Britto (PP-BA)
José Mentor (PT-SP)
Vander Loubet (PT-MS)
 
Vice-governador
 
João Leão (PP-BA) – vice-governador da Bahia
 
Políticos sem mandato
 
Mário Negromonte (PP-BA)
Roberto Teixeira (PP-PE)
Pedro Henry (PP-MT)
José Linhares (PP-CE)
Luiz Argôlo (Ex-PP-BA)
Pedro Corrêa (PP-PE)
Vilson Luiz Covatti (PP-RS)
Carlos Magno (PP-RO)
Roseana Sarney (PMDB-MA)
Cândido Vaccareza (PT-SP)
 
Operadores
 
João Vaccari Neto - tesoureiro do PT
Fernado Antonio Falcão Soares (Fernando Baiano) - lobista

Atualizada às 22h08