sexta-feira, 13 de março de 2015

Stédile pede que Dilma "saia do palácio para ouvir o povo"

Em ato no Rio, líder do MST manda "recado" para a presidente: "Não vamos aceitar o controle fiscal no lombo do trabalhador"

RAPHAEL GOMIDE, HUDSON CORRÊA E LÍVIA CUNTO SALLES
13/03/2015 20h44 - Atualizado em 13/03/2015 20h49



João Stédile participa de protesto no Centro do Rio nesta sexta-feira (13) (Foto: Fabio Teixeira / Parceiro Agencia O Globo)
Liderança mais conhecida no ato pró-Petrobras e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, na tarde desta sexta-feira (13), no centro do Rio, o líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stédile usou o palanque para reprovar os opositores, mas também foi ácido ao criticar a presidente e a política econômica do governo petista. Ele atacou o ajuste fiscal, e pediu que Dilma “saia do palácio” para ouvir o povo.
“Vou mandar um recado para a Dilma: ‘Não vamos aceitar controle fiscal no lombo trabalhador!'”, disse Stédile, aplaudido por por um número de manifestantes estimado entre mil a 2 mil pessoas pela PM. “Dilma: saia do palácio e venha pras ruas para ouvir o povo!”, disse ao microfone.
 
 
 
 
 
 
Há duas semanas, em ato na sede da ABI, no Rio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silvadeixara clara sua confiança no líder dos sem-terra ao afirmar, em meio à crise política e econômica, que quer “paz e democracia”, mas sabe brigar: “Sobretudo quando o Stédile colocar o exército dele nas ruas”. Nesta sexta, Stédile também ironizou a presença do ministroJoaquim Levy (Fazenda), a quem chamou de o “tal do Levy”, no governo Dilma. O ministro é o idealizador do ajuste fiscal e é visto como um adepto da ortodoxia e do liberalismo, alvo de críticas mesmo dentro do PT.

"A crise é culpa dos capitalistas. Não podemos fazer política para salvar superávits primários, a garantia paga aos bancos. Não aceitaremos reduzir os direitos da classe trabalhadora”, disse o líder dos sem-terra, que defendeu a necessidade de uma assembleia constituinte para fazer a reforma política em substituição ao Congresso. "Não adianta acreditar que um Congresso com 47 indiciados vai fazer reforma para beneficiar o trabalhador. O caminho é uma assembleia constituinte", afirmou. 
O líder do MST defendeu a presença maciça dos trabalhadores nas ruas para se contrapor aos que chamou de “golpistas”. “Só com o povo na rua. Não se atrevam a falar em golpe! Estamos aqui e estamos só começando! Engraxando botas e os tênis pra ocupar as ruas! Eles virão dia 15, e nós no dia 20, no dia 30. Vamos ocupar as ruas para na rua disputar as ideias”, afirmou.

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