sexta-feira, 6 de março de 2015

Sobram dificuldades e faltam nomes ao PT e PSDB em 2016


Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br
 

06/03/2015

Por mais que montem cenários para a sucessão municipal de Belo Horizonte, de 2016, que começa no dia 5 de outubro deste ano (prazo final de filiações), os principais partidos, PT e PSDB, devem repetir a bipolarização nacional e estadual, mas em situação de semelhantes dificuldades. Ambos não têm, por mais que se esforcem, candidatos para a disputa, sejam naturais ou competitivos. Além do nome, o PT do governador Fernando Pimentel experimentará outro grave problema, que seria a falta de discurso.
Para recuperar a Prefeitura de Belo Horizonte, onde esteve por 19 anos (1993-2012), o PT teria que, pelo menos, sinalizar capacidade de cumprimentos das promessas da campanha de governador e que, em alguns casos, compõem há 30 anos o rosário de reivindicações dos mineiros em geral e dos belo-horizontinos em particular. Que resposta, ou perspectiva, há para a evolução das obras do metrô da capital, que, nos últimos 15 anos, não andaram um metro sequer? A chamada rodovia da morte, a BR-381, que liga Belo Horizonte a Governador Valadares (Leste), começou na campanha eleitoral passada, e está em ritmo lento. O anel rodoviário continua dando voltas em torno de si mesmo (duplicação).
Apesar de federais, são obras com as quais Pimentel se comprometeu, publicamente, ao explorar a amizade e proximidade com a presidente Dilma Rousseff (PT) e para fazer contraponto aos rivais tucanos, que mandaram no Estado por 12 anos, e também não tiveram êxito. Aí, prevaleceu o discurso segundo o qual um governo estadual do PT conseguiria algo e muito mais com o governo federal que também é do PT, mas os sinais de hoje não são animadores.
Os estados que apostaram no apoio federal estão diante de novo cenário no qual a realidade econômica é de aperto e cortes e a política expõe, cada vez mais, a fragilização da presidente. Do ponto de vista pragmático, ela deverá se concentrar muito mais em socorrer São Paulo, onde a reeleição do prefeito Fernando Hadad (PT) está ameaçada pelo baixo desempenho.
Nesse sentido, se houver chances e recursos, a prioridade dela não será Minas, apesar da ligação com Pimentel e da chance de derrotar os tucanos, mais uma vez, na terra do presidente do PSDB e senador Aécio Neves. Tudo somado, antes de achar o candidato, Pimentel precisa se preparar para o desafio de explicar o eventual insucesso das obras federais em Minas, além de frustração das expectativas referentes às suas próprias promessas.
Problemas tucanos permanecem
Do lado tucano, nada mudou desde a acachapante derrota no Estado para o PT. Como é sabido, Aécio buscou candidato de fora, despreparado para defender o seu legado, em desfavor daqueles que o representariam melhor e ao PSDB. Os motivos que impediram os pré-candidatos naturais de serem candidatos permanecem no PSDB mineiro, razão pela qual o cenário está travado. Quem será o candidato? Vai escolhê-lo de última hora? Vai vencer a dificuldade interna?
Pimenta da Veiga, derrotado para governador, não será mais; o senador Antonio Anastasia já reafirmou que não irá mais para o sacrifício. Se o PSDB perder Belo Horizonte, vai para 2018, na sucessão estadual e presidencial, mais enfraquecido do que 2014.

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