quinta-feira, 26 de março de 2015

Professores rejeitam o abono

POSIÇÃO

Sindicato e profissionais ouvidos por O TEMPO cobram piso salarial nacional e plano de carreiras

Reuniao
Reunião. Grupo especial para discutir o piso salarial não avançou na discussão do plano de carreiras
PUBLICADO EM 26/03/15 - 03h00
A proposta de abono salarial de R$ 160 apresentada pelo governo do Estado aos professores não foi bem recebida pela classe, que esperava pelo menos um aumento equivalente ao mínimo estabelecido para o país. A intenção repassada aos professores é de atingir o piso nacional apenas em 2018, o que, baseado nas manifestações negativas, deve ser rejeitado pela categoria.

“Há uma intenção de ao longo do mandato pagar o piso. Mas agora o governo é governo e, para além da intenção, é fundamental apresentar uma proposta que contemple, de fato, o piso salarial. E isso não foi feito. Na reunião (anteontem), nos posicionamos contra a atual proposta”, afirma a presidente do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira.
Além disso, a categoria reivindica o plano de carreiras, o que, segundo Beatriz Cerqueira, não teve nenhuma alteração.
Proposta. De acordo com a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), durante a reunião do Grupo de Trabalho do Piso Salarial da Educação foi garantido à classe que o piso nacional – que é de R$ 1.917,78 – será pago ainda no mandato atual. No entanto, não há data para que seja implantado.
A proposta atual foi a de um abono de R$ 160, a partir de maio. Valor que será incorporado ao salário real dos servidores até abril de 2016 (veja no quadro abaixo). A incorporação do valor à folha de pagamento onera também encargos trabalhistas e, por isso, será feita gradativamente, não apertando de imediato os cofres públicos. Conforme a Seplag, o abono atinge várias carreiras e tem um impacto financeiro de R$ 427 milhões em 2015 e de R$ 913 milhões, em 2016.
Amanhã haverá nova reunião entre a categoria e o governo. No entanto, será discutida a situação dos professores que trabalham na rede pública por meio da Lei 100. A presidente da Associação dos Diretores de Escolas Oficiais de Minas Gerais (Adeomg), Ana Maria Belo de Abreu, diz que a expectativa é que durante esse novo encontro seja oferecida também uma proposta que englobe as questões salarial e de carreira, especificamente desses profissionais.
Quadro-escola. Outra questão discutida entre professores e o governo foi o quadro-escola, que normalmente é publicado em dezembro, com o planejamento financeiro, de pessoal e calendário para o ano escolar seguinte. Neste ano houve atraso e ele só foi divulgado no fim de janeiro passado, quando ocorreu a publicação no diário oficial “Minas Gerais”.

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