Clayton de Souza/Estadão Conteúdo
Polícia Militar não descarta confronto entre manifestantes pró e contra Dilma
Dilma percorreu apenas uma pequena parte da exposição

A Polícia Militar de Minas Gerais trabalha com a possibilidade de confronto entre os manifestantes pró e contra o governo federal, nos atos marcados para esse fim de semana.
Para a sexta-feira está agendada a manifestação de centrais sindicais, movimentos sociais e partidários em defesa da Petrobras e do governo Dilma Rousseff (PT), a partir das 16h, na Praça Afonso Arinos, no Centro da capital.
Já para o domingo foi convocado um ato contra o governo federal e em apoio ao impeachment da presidente Dilma, a partir das 9h30, na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul.
Os movimentos ocorrerão simultaneamente em todo o país e, apesar de não serem no mesmo dia, a PM não descarta que possa haver conflitos.
“São dois blocos antagônicos, agora está muito bem definido. A Polícia Militar não teme nada, mas trabalha com controle de cenários. É possível o choque entre os pró e os contra Dilma. Ainda não há a prospecção, não há nada detectado, mas não descartamos cenários”, afirmou o major Gilmar Luciano, responsável pela comunicação social da corporação.
Há três níveis de alerta na corporação: branco, amarelo e vermelho. De acordo com Gilmar, atualmente a PM trabalha no nível intermediário de alerta, o amarelo.
O policial informou que na Região Metropolitana de Belo Horizonte há o efetivo de 15 mil homens à disposição nos dias dos atos e que todos podem ser convocados para trabalhar. No entanto, o major disse que o setor de inteligência da PM ainda está estudando qual deverá ser a quantidade de pessoas nas manifestações para definir o número de policiais que serão destacados.
“O que vai ditar o ritmo é o fluxo de informação. O fato é que temos know-how (conhecimento) em grandes eventos, como a Copa de 2013, a Copa de 2014, as partidas da Copa Libertadores no Mineirão e no Independência”, ressaltou.
De acordo com o major Gilmar, a técnica que será utilizada nas manifestações será definida no momento, dependendo do comportamento das pessoas. Mas ele acredita que, desta vez, não deverá haver atos de quebra-quebra. “O ato público é para reivindicar, não para quebrar”, afirmou.
Na sexta-feira e no domingo, de acordo com o major, a PM deve trabalhar para garantir o direito de ir e vir dos manifestantes, das pessoas que não querem manifestar, a integridade das pessoas e também a preservação dos patrimônios público e privado.
Nos atos de junho de 2013 houve intenso conflito entre a PM e manifestantes, principalmente na Praça 7, no Centro, e no entorno do Mineirão, na Pampulha.