terça-feira, 17 de março de 2015

Pimentel vê manifestações com 'tranquilidade' e 'naturalidade'

POVO NAS RUAS

Governador adotou o mesmo tom da presidente Dilma Rousseff (PT) que, nesta segunda-feira, ao comentar os protestos, lembrou que eles só ocorreram porque o Brasil é um país democrático


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Governador durante renovação de convênio do Estado com a Fapemig
PUBLICADO EM 17/03/15 - 12h48
O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), afirmou na manhã desta terça-feira (17) que as manifestações que arrastaram uma multidão para as ruas no último domingo (15) devem ser vistas com “naturalidade” e “tranquilidade”. O governador adotou o mesmo tom da presidente Dilma Rousseff (PT) que, nesta segunda-feira, ao comentar os protestos, lembrou que eles só ocorreram porque o Brasil é um país democrático.

“As manifestações, nós temos que vê-las com naturalidade e celebrar que o Brasil é um país democrático, que as pessoas têm liberdade para se expressar, e não correm nenhum risco na sua vida, na sua liberdade, nos seus direitos civis. É um país em que as instituições funcionam e, justamente porque elas funcionam e porque a imprensa é livre para divulgar o resultado do funcionamento das instituições, as manifestações acontecem. Isso é natural. Nós temos que ver com tranquilidade. Agora, os governos não podem interromper o seu trabalho em função disso, ao contrário, têm que trabalhar mais para corresponder as expectativas da cidadania, o que estamos fazendo em Minas Gerais”, afirmou Pimentel.
As declarações ocorreram durante a renovação de convênios do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas (Fapemig), com 86 instituições para a concessão de bolsas voltadas para a área de ciência e tecnologia. No total, serão investidos R$ 456 milhões pelos próximos cinco anos.
O petista aproveitou para alfinetar a antiga gestão do PSDB à frente do governo nos últimos 12 anos. Pimentel disse que ao tomar posse encontrou problemas orçamentários, financeiros e de gestão.
“Encontramos o Estado em uma situação difícil, não é segredo para ninguém, do ponto de vista financeiro, orçamentário, mas também do ponto de vista da gestão. Hoje mesmo dei um exemplo que mostra que a gestão nos governos anteriores deixou muito a desejar. Nós temos que corrigir isso, mas sem olhar para trás para jogar pedra no passado, não é isso, olhando pra trás só para corrigir os erros e buscar os acertos. Estou muito comprometido com a tarefa de recuperar a capacidade de gerenciamento do Estado, de planejamento e investimento”, afirmou o governador.
O exemplo a que o governador se referiu foi falado por ele durante a cerimônia de assinatura dos convênios, minutos antes. Segundo Pimentel, ele se surpreendeu com a crise hídrica de Minas Gerais, em especial, na região metropolitana, e com a falta de informações da equipe dos órgãos e autarquias relacionadas ao setor.
Ainda de acordo com o governador, ele questionou aos técnicos dos órgãos ligados a essa área qual é a capacidade de armazenamento de água do Estado e o número de poços artesianos, mas ninguém sabia informar. “Estou dando o exemplo da água porque é o que está nos jornais, se nós tivéssemos mais tempo, daríamos inúmeros exemplos: da folha de pagamentos, das obras, de tudo. Então, nós estamos tendo um trabalho enorme para recuperar a capacidade de gerenciar o Estado porque sem ela a segunda tarefa também não vai ser cumprida, que é a de planejar”, criticou o petista.

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