quinta-feira, 19 de março de 2015

Ministro adota o ‘quanto pior, melhor’


Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br


19/03/2015

Na política, todos costumam repetir que “quando a coisa está ruim, pode ainda ficar pior”. Foi exatamente o que não evitou, nesta quarta-feira (18), o agora ex-ministro da Educação Cid Gomes (Pros), que, bem ao estilo do irmão (o ex-ministro Ciro Gomes), atendeu à convocação da Câmara dos Deputados e pôs mais fogo na crise política entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e sua base aliada e, principalmente, o Congresso Nacional. No momento em que o governo busca, sob o discurso da humildade, a pacificação e a reaproximação com a Câmara dos Deputados, Cid Gomes fez o favor de chegar ministro e sair de lá sendo chamado de “palhaço”, pelo contra-ataque do deputado Sérgio Zveiter (PSD/RJ), e como ex-ministro.
Oficialmente, ele pediu demissão à presidente, mas sua saída foi, antes, uma exigência do PMDB, que chegou a ameaçar rompimento com a permanência dele. A situação de Gomes ficou insustentável quando abandonou a tribuna da Câmara numa sessão tensa e nunca vista antes na Casa, onde confirmou suas declarações anteriores e ainda apontou para o próprio presidente do Legislativo, Eduardo Cunha (PMDB), como um dos achacadores. Se foi fiel ao seu estilo, de não se contradizer ou levar desaforo para casa, não foi leal com o governo do qual fazia parte e com a presidente Dilma.
Ao contrário, simplesmente, chutou o pau da barraca e ainda disse que os deputados da base aliada deveriam “largar o osso”, deixando os cargos no governo federal. Realmente, os aliados, o chamado fogo amigo, e até ministro de governo dispensam a necessidade da existência de oposição, ao produzirem uma crise por dia. O episódio ocorreu em um momento delicado quando o governo tenta reduzir as tensões com o Congresso Nacional para aprovar o ajuste fiscal, que é criticado tanto por aliados quanto pela oposição.

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