quarta-feira, 18 de março de 2015

Iraquiano faz sucesso na rede por ‘esmagar’ radicais do EI

GUERRA AO TERROR

Abu Azrael, o “Pai do Anjo da Morte”, se destaca pela bravura nos campos de batalha


IRAQ-SYRIA-CONFLICT-US-FIGHTER
Está no Alcorão: “Ataque-os como te atacaram”, costuma dizer o guerreiro iraquiano Abu Azrael
PUBLICADO EM 18/03/15 - 03h00 - O Tempo
BASE DE SPEICHER, Iraque. O miliciano xiita Abu Azrael, cujo nome significa “Pai do Anjo da Morte”, se converteu para milhares de iraquianos no herói sem medo que simboliza o combate ao grupo Estado Islâmico (EI).

A página do Facebook de Abu Azrael – um homem corpulento, de cabeça raspada e espessa barba, que perdeu os movimentos da mão direita em uma explosão – já obteve mais de 280 mil curtidas entre suas centenas de milhares de seguidores.
Nas redes sociais, particularmente no Twitter, se multiplicam as fotos – sejam com um helicóptero de fundo ou ao lado de um leão – e comentários elogiando o combatente xiita.
Proveniente de Bagdá, Abu Azrael, cujo verdadeiro nome é Ayub Faleh al Rubaie, popularizou o slogan “Ila tahin” (esfarelar), com o qual afirma sua determinação de esmagar o Estado Islâmico.
“Juro diante de Deus que não terei nenhuma clemência”, afirmou Abu Azrael referindo-se aos jihadistas. Na base militar de Speicher, perto de Tikrit, cidade a 160 km ao norte de Bagdá ocupada pelo EI em 2014 e que o Exército iraquiano e as milícias tentam reconquistar.
Abu Azrael simboliza a vontade de combate necessária para apagar a vergonhosa fuga do Exército diante da ofensiva jihadista de 2014. No Iraque, Abu Azrael combateu em Amerli, uma cidade majoritariamente xiita que esteve sitiada pelos jihadistas em 2014 e onde, segundo ele, os milicianos do EI “massacraram nossos filhos com machados”. Ele diz que um dos responsáveis por esse massacre morreu em combate, mas que buscou os outros dois até encontrá-los para cortar sua cabeça. Para se justificar, Abu Azrael cita uma frase do Alcorão: “Ataque-os como te atacaram”.
As declarações destes guerreiro seduzem muitos iraquianos que exigem vingança pelas atrocidades cometidas pelos jihadistas, entre elas decapitações, estupros, torturas etc. “Quando levo meus filhos à escola, estou tranquilo. Mas diante do Estado Islâmico mostro outra face”, afirma Abu Azrael, que se nega a apontar diferenças entre sunitas e xiitas. “Todos formamos parte de um país: Iraque”.
Britânica presa
Turquia
. Autoridades da Turquia detiveram uma britânica de 21 anos, suspeita de tentar viajar para se unir ao Estado Islâmico na Síria. A mulher foi detida num terminal rodoviário em Ancara na noite de segunda-feira e está sob custódia até sua audiência de deportação.
Retomada de Tikrit esbarra em bombas do EI

Samarra, Iraque
. A grande ofensiva das forças iraquianas apoiadas por milícias aliadas para retomar a cidade de Tikrit do grupo radical Estado Islâmico (EI) foi suspensa nesta terça, já que a cidade está repleta de bombas espalhadas pelos jihadistas.

“A batalha para recuperar Tikrit será difícil”, explicou à AFP Jawad al-Etlebawi, porta-voz da milícia xiita Asaib Ahl al-Haq (Liga dos Virtuosos, em árabe), que participa na ofensiva.

“Os jihadistas colocaram bombas em todas as ruas, prédios, pontes, em toda as partes”, disse. Por esse motivo, as forças receberam a ordem de parar seu avanço. “Precisamos de forças treinadas em guerrilha urbana para realizar o ataque”, disse Etlebawi. Ele destacou que os jihadistas continuam cercados dentro de Tikrit e que “lutam ferozmente”. A linha de frente, no entanto, não avança há alguns dias. O general Abdelwahab al-Saadi, um dos principais comandantes da operação, pediu no domingo o apoio aéreo da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
Governo sírio acusado de usar cloro

Beirute, líbano.
 Ativistas sírios acusaram nesta terça o governo de usar gás cloro em um ataque a uma cidade controlada por rebeldes, que causou a morte de ao menos seis pessoas e contaminou outras dezenas, inclusive crianças.

O suposto ataque à cidade de Sarmin é o primeiro relato do uso de armas químicas no país desde que o conselho de Segurança aprovou, no início deste mês, uma resolução condenando o uso de tais recursos na Síria.

A resolução, patrocinada pelos Estados Unidos, prevê o uso de força militar caso novas violações aconteçam. Entretanto, qualquer ação do tipo iria precisar do consentimento do Conselho de Segurança, que permanece dividido sobre a questão. Enquanto os Estados Unidos e seus aliados apoiam a oposição ao regime de Bashar al Assad, Moscou tem usado seu poder de veto em diversas ocasiões para proteger seu aliado.

Um oficial sírio em Damasco negou que o governo tenha feito o ataque e acusou os rebeldes. “O Exército não usou e nunca usará armas proibidas internacionalmente”, disse o oficial.

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