sexta-feira, 13 de março de 2015

Estudo de policial associa plantão regionalizado a crescimento de crimes

Militar de Cláudio estudou impactos do regime durante oito meses.

Conclusão é de que corporações não conseguem atender 24 horas por dia.

Do G1 Centro-Oeste de Minas
Eisenhower Austríacona perto de estátua na Escola de Governo, em Belo Horizonte (Foto: Arquivo pessoal/Divulgação)Eisenhower Austríaco perto de estátua na Escola
de Governo (Foto: Arquivo pessoal/Divulgação)
O comandante da Polícia Militar (PM) na cidade de Cláudio, capitão Eisenhower Guerck Austríaco, está à frente de um estudo que discute os reflexos do plantão regionalizado no aumento da criminalidade no município. O restultado da pesquisa, feita ao longo dos oito últimos meses como trabalho de conclusão de curso de uma pós-graduação em Direito, está em um documento de 112 páginas que aborda aspectos legais e desafios da regionalização do encerramento de boletins de ocorrências.
De acordo com o militar, a regionalização do atendimento da polícia tem um problema. "Ela implica na descontinuidade da Polícia Militar de Cláudio. Essa descontinuidade é traduzida para a população com a impossibilidade de atendimento aos chamados, porque não há equipe policial disponível", detalhou.
Ainda segundo Austríaco, a falta de efetivos das polícias Militar e Civil ocorre em todo o Estado de Minas Gerais. "Em especial nas cidades menores, que muitas vezes têm apenas um delegado para a área de investigação, trânsito e operações. Assim, é humanamente impossível estar disponível 24 horas por dia", comentou.

Ineditismo
Proposta

O policial militar propõe a estruturação da Polícia Civil de forma que a instituição fique aberta ao público durante 24 horas por dia e também que a PM tenha um efetivo condizente com o número de crimes em cada região. "Fora esta estruturação, é necessársia a participação da comunidade no processo de contenção dos entes, de forma a haver o fortalecimento dos valores familiares", explicou.
Ainda de acordo com o militar, o resultado do estudo é inédito. "Fiz uma busca minusciosa por outros estudos que discutissem a questão do plantão regionalizado das polícias, mas não encontrei. Até então não havia bibliografia com essa abordagem. Agora há, pois entreguei cópias à Escola de Governo da Fundação João Pinheiro e ao Centro de Pesquisa e Pós-Graduação da PM, ambos em Belo Horizonte", contou.
Ainda neste mês de março, Ensenhower Guerck Austríaco fará a defesa da pesquisa junto ao Alto Comando da Polícia Militar de Minas Gerais e a professores da Fundação João Pinheiro. "Logo após umas cópia em livro de capa dura será arquivada no Centro de Altos Estudos e outra será enviada à Alemanha, onde será doado à Biblioteca Pública de Munique", finalizou.

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