sexta-feira, 13 de março de 2015

Estado prevê pagar novo piso do professor só em 4 anos


Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br

13/03/2015

A situação financeira do estado, oficializada nesta quinta-feira (12) com o substitutivo ao projeto de Orçamento (chamado de “estudos”), levou o governo a reavaliar um de seus principais compromissos de campanha: o pagamento do novo piso salarial dos professores, que, neste ano, é de R$ 1.917,78, somente será possível até o final do mandato. Ainda nesta quinta-feira, o governo reuniu-se com o Sind-UTE (Sindicato dos professores e servidores da Educação) e fez proposta de abono salarial de R$ 160,00, do qual excluiu os aposentados. O valor será incorporado em quatro parcelas a partir de julho e outubro deste ano e janeiro e abril de 2016.
“A proposta, nem de longe, responde às expectativas da categoria”, avisou o Sind-UTE, que informou ao governo que já convocou assembleia da categoria para discutir a proposta, com paralisação total das atividades, no dia 31 de março. Além do abono, o governo apresentou outras cinco propostas, entre as quais a extinção do subsídio como forma de remuneração e retorno do vencimento básico e reajuste de 10,25% no salário do diretor a partir de maio de 2015.
Servidores da ex-Lei 100
O autor da emenda que contrata por designação automática (temporário) os cerca de 78 mil servidores da extinta Lei 100, Rogério Correia (PT), garantiu nesta quinta-feira que eles não perderão o tempo trabalhado para efeito de aposentadoria. “Para efeito de garantia do direito previdenciário, o tempo de serviço dos trabalhadores da Lei 100 e designados será convertido para o INSS”, disse Correia, informando ainda que aqueles que estiverem afastados (ajustamento funcional, saúde e outros) terão direitos garantidos pelo estado e pelo INSS.
Sobre os concursados, disse que o governo acertou com o Sind-UTE convocar 15 mil professores neste ano, a partir do mês que vem. Correia foi indicado, nesta quinta-feira, presidente da PEC que pretende efetivar esses servidores, mas já adiantou que qualquer tentativa nesse sentido, sem concurso, não passará. “Portanto, isso é oportunismo eleitoreiro ou ilusão”.
Fogo amigo derruba secretária na PBH
Não foi a oposição na Câmara de Belo Horizonte, que tem o papel de ser contra, nem a bancada evangélica, que passou a fazer oposição, mas o fogo amigo, a base aliada do prefeito Marcio Lacerda (PSB), incluindo os evangélicos que derrubou a secretária de Governo, Luzia Ferreira (PPS). Deverá sair na edição desta sexta-feira (13) Diário Oficial a exoneração dela e nomeação do novo secretário de Governo, Vitor Valverde, que até então é o chefe da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). Professor, bacharel em Direito e historiador, Valverde ocupou diversos cargos executivos na Prefeitura de Juiz de Fora e do Governo do Estado.
Um dia depois de Luzia receber a bancada da oposição e até ser elogiada por ela, a base aliada ficou indócil e deu ultimato. Nesta sexta-feira, a Câmara deverá encerrar o mês de março sem nada votar, desde que os evangélicos se rebelaram há 15 dias. Mais do que a oposição e evangélicos, a base aliada entrou em greve branca. Quem está presidindo os trabalhos em plenário é o evangélico rebelde Henrique Braga (PSDB). A maior resistência dos aliados a Luzia é por suporem que ela estaria cotada para ser a futura candidata a vice-prefeita, em 2016, mesmo cargo pleiteado pelo presidente da Casa, Wellington Magalhães (PTN).

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