segunda-feira, 16 de março de 2015

Dilma não sabe como reagir aos protestos

Ministros próximos a presidente dizem que o Planalto “está perdido” com a força das manifestações

DIEGO ESCOSTEGUY
15/03/2015 21h33 - Atualizado em 15/03/2015 22h00



Dilma Rousseff (Foto: AP Photo/Andre Penner)
Apesar da coletiva de há pouco, em que tentou mostrar que o governo Dilma está tranquilo diante da magnitude dos protestos de hoje, um ministro próximo ao presidente admitiu a ÉPOCA que o Planalto está perdido. “Na verdade, não sabemos o que fazer e como reagir”, disse ele. Dilma sabe que o pacote anticorrupção, único arremedo de ideia apresentada ao país, está longe de ser suficiente.
 
 
 
 
 
 
O pacote tem jeito de cascata porque, bem, é cascata. “Não sabemos o que botar no pacote. Ao menos que seja diferente do que já foi dito nos protestos de junho de 2013”, disse o ministro. “Discutiremos isso nos próximos dias.” Na segunda-feira (16), haverá uma reunião do “conselho político” de Dilma, que inclui agora luminares como Eliseu Padilha, do PMDB.
Como sempre, o Planalto está paralisado pela força de fatos políticos que se prenunciavam evidentes. Não sabia o que fazer antes – nem sabe o que fazer depois. Os ministros ressentem-se da falta de liderança de Dilma. Embora mantenha a calma e até faça piadas, Dilma não indica o que o governo precisa fazer para sair da crise.
Até responder às ruas é um problema. Neste domingo (15), a ordem de Dilma era que, na coletiva, José Eduardo Cardozo (ministro da Justiça) e Miguel Rossetto (secretário-Geral da Presidência) transmitissem ao país que o governo respeitava os protestos – e que eles fazem parte de qualquer democracia. Era uma mensagem de serenidade. Cardozo seguiu a ordem. Mas Rossetto subiu o tom, e se mostrou arrogante, bordejando a desqualificação daqueles que protestaram, ao sublinhar que apenas eleitores contrários a Dilma foram às ruas. Também pôs excessiva proporção nos manifestantes que defendiam uma intervenção militar.

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