quinta-feira, 26 de março de 2015

Copiloto queria destruir o avião, dizem autoridades sobre acidente na França

Andreas Lubitz, de 28 anos, estava sozinho na cabine e provocou o acidente voluntariamente. 150 pessoas morreram na queda

REDAÇÃO ÉPOCA
26/03/2015 12h15 - Atualizado em 26/03/2015 13h12



O promotor de Marselha Brice Robin, ao Centro, fala sobre o acidente do avião da Germanwings  (Foto: AP Photo)
Os investigadores do acidente com o Airbus A320 que caiu nos Alpes franceses na terça-feira (24) acreditam que o copiloto provocou o acidente voluntariamente. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (26), o promotor de Marselha Brice Robin, responsável pelo caso, afirmou que Andreas Lubitz, de 28 anos, estava sozinho no comando do avião no momento da queda, recusou-se a abrir a porta da cabine ao piloto e iniciou a decida deliberadamente. 150 pessoas morreram no acidente. Autoridades acreditam que "o copiloto queria destruir o avião". 
Os investigadores chegaram a estas conclusões ao analisar as gravações contidas em uma das caixas-pretas. Eles acrescentaram que o copiloto não tinha indicações de ligação com o terrorismo.De acordo com o promotor, o copiloto respirou "normalmente" até o momento da colisão nos Alpes franceses, o que sugere que ele estava consciente. Ao que tudo indica, Lubitz aproveitou o momento em que o piloto foi ao banheiro para deixá-lo para fora da cabine e iniciar a descida da aeronave. (Saiba como funciona a porta que dá acesso à cabine emreportagem do G1)
"Nós ouvimos o piloto pedir ao copiloto para assumir o controle do avião e ouvimos ao mesmo tempo o som de um banco se movendo para trás e o som de uma porta se fechando", disse Robin, em declaração reproduzida pela BBC. "Enquanto ele (copiloto) está sozinho, pressiona os botões do sistema de monitoramento de voo para colocar em ação a descida do avião", afirmou o promotor.  Sons da caixa-preta dão a entender que o copiloto estava bem e não parecia ter sofrido nenhum problema de saúde, como um AVC.
"Inimaginável", diz presidente da Lufthansa
O presidente da Lufthansa, Carsten Spohr, disse que a companhia aérea desconhece os motivos que levaram o copiloto do voo da Germanwings a provocar voluntariamente a descida e queda do avião. Spohr afirmou que a empresa está "consternada" diante do conteúdo da gravação da caixa-preta. Segundo ele, o que aconteceu "era inimaginável". "Nem em nossos piores pesadelos poderíamos imaginar algo assim", disse. 
Andreas Lubitz era natural de Montabaur, na região de Rhineland-Palatinate, na Alemanha. Começou como copiloto da Lufthansa em setembro de 2013 e tinha 630 horas de voo de experiência. A prefeita de Montabaur, Gabriele Wieland, disse que o jovem vivia com seus pais e tinha um alojamento em Düsseldorf, cidade para onde se dirigia o avião da Germanwings. Na entrevista coletiva, o promotor afirmou que não tem nenhuma informação sobre o perfil psicológico ou a filiação religiosa do copiloto.
O acidente
O Airbus A320 da companhia alemã Germanwings, empresa da Lufthansa, caiu no sul da França nesta terça-feira (24). A aeronave fazia a rota entre Barcelona, na Espanha, para Düsseldorf, na Alemanha. O voo 4U 9525 levava 150 pessoas a bordo – 144 passageiros, dois pilotos e quatro tripulantes. Todos morreram. 

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