Terror em Paris
Fontes na França e nos Estados Unidos afirmam que Said Kouachi, de quem não se tinha muitas informações, teria passado alguns meses com uma das células mais ativas do grupo terrorista
Cherif Kouachi e Said Kouachi, dois dos três suspeitos do ataque à revista 'Charlie Hebdo' (AFP)
Um dos dois irmãos suspeitos de terem realizado o atentado contra a sede da revista satíricaCharlie Hebdo em Paris viajou ao Iêmen em 2011 para ser treinado pela rede terrorista Al Qaeda, segundo informações de fontes oficiais na Europa e nos Estados Unidos. Um funcionário do governo americano afirmou à rede CNN que os EUA receberam informações da inteligência francesa sobre a viagem. O relato também foi confirmado pelo jornal The New York Times.
Said Kouachi, de 34 anos, teria passado alguns meses no Iêmen, país que abriga a mais ativa célula do grupo terrorista, a Al Qaeda na Península Árabe (AQAP). Um oficial do Iêmen afirmou que o governo do país sabia da possibilidade de existir uma conexão entre Said e a célula da Al Qaeda e estava analisando as possíveis ligações.
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Ainda não foram encontrados indícios de que a AQAP dirigiu, ordenou ou acompanhou o ataque em Paris. "Nós sabemos que eles foram inspirados (pelo grupo), mas não sabemos a extensão a que foram associados com a Al Qaeda", disse um funcionário da inteligência dos Estados Unidos.
Uma revista em inglês publicada pela AQAP divulgou uma lista de "procurados" que incluía o nome do cartunista Stéphane Charbonnier, o Charb, editor da Charlie Hebdo e uma das vítimas do atentado desta quarta-feira.
Leia mais: Saiba como aconteceu o atentado em Paris
Disfarce – Depois de voltar à França, Said e o irmão Cherif aparentemente se afastaram de quaisquer atividades que pudessem chamar a atenção dos serviços de inteligência. Nos últimos meses, os dois não estavam entre as prioridades das agências contraterrorismo francesas.
Na época em que o treinamento foi realizado, um dos chefes da célula terrorista era Anwar al Awlaki, clérigo americano que estimulava ataques terroristas a partir do Iêmen e que foi morto em setembro de 2011 em um ataque realizado com um drone americano. (Continue lendo o texto)
Mulher segura uma vela e um cartaz com a frase 'Eu sou Charlie' em diversas línguas, durante uma manifestação em Estrasburgo, no leste da França - 08/01/2015 - Frederick Florin/EFE
Também está sendo investigada a possibilidade de um dos irmãos ter viajado à Síria no ano passado. Uma fonte próxima aos serviços de segurança da França informou à rede americana que as autoridades tentam verificar se o suspeito filiou-se ao Estado Islâmico.
Caçada – As buscas pelos irmãos Kouachi continuam na França. A mais recente operação se concentrou na região de Longpont e também em Crépy-en-Valois. Há suspeitas de que os dois estejam fugindo a pé pela floresta. Segundo a imprensa francesa, a polícia está usando helicópteros com equipamentos de visão noturna para seguir com a caçada. Ao longo do dia, nove pessoas foram detidas para interrogatório.
VEJA
(Com agência Reuters e Estadão Conteúdo)
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