sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Silêncio é palavra de ordem no PT, em Minas e Brasília


Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br


23/01/2015

A imprensa nacional manifesta estranheza com o silêncio da presidente Dilma Rousseff (PT), que completou ontem 31 dias sem dar entrevistas. Este é o mais longo período que a presidente fica sem falar com os jornalistas desde janeiro de 2012, quando ficou 38 dias sem fazer qualquer manifestação. Não é bom sinal, mas também ninguém pode garantir que seja ruim. Com a palavra, o ministro da Fazenda (dos impostos), Joaquim Levy.

Além dos problemas econômicos, que apareceram de uma hora para outra, já que estava tudo bem no ano passado, quando ela foi reeleita, o silêncio de Dilma tem também um pé na política diante dos desajustes que escapam por aí. Sem falar no escândalo da Petrobras, que agora está entregue ao Judiciário, há briga de aliados, por exemplo, pelo comando da Câmara dos Deputados e do Senado. A peleja é caseira, disputa entre os parceiros PT e PMDB, mas tem viés de piora, já que o favorito na disputa, Eduardo Cunha (PMDB), é, cada dia mais, rejeitado pelo governo e vice-versa.

Internamente também as coisas não estão bem no PT. Primeiro, foi aquele desabafo midiático da ex-ministra da Cultura Marta Suplicy, só um mês depois de deixar o cargo. Ela criticou Dilma e pôs o ex-presidente Lula numa saia justa, quando disse que a presidente poda e boicota o antecessor. Dilma não desmentiu e Lula fingiu que não era com ele. Quem não deveria, mas está falando, é o ex-ministro José Dirceu, que, apesar de condenado no mensalão e cumprir pena em regime aberto, movimenta-se para recuperar influência no partido. Na falta de liderança e comando, fica um clima de desintegração.

Economia até de palavras

Estilo bastante íntimo dos mineiros, o “trabalhar em silêncio” também foi resgatado pelo governador Fernando Pimentel (PT). Desde a posse, não concedeu mais entrevistas e foi a apenas três eventos públicos nesses 23 dias de gestão. Não é só estilo, mas decisão de governo. Entre os secretários, impera a lei do silêncio. A palavra de ordem é economia total, até de palavras.

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