sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Seguro-desemprego está 'ultrapassado' no país, diz Levy ao 'FT'

23/01/2015 13h28 - Atualizado em 23/01/2015 18h36

Ministro citou a necessidade de cortar subsídios para ajustar economia.

Recentemente, governo endureceu o acesso a benefícios previdenciários.

Do G1, em São Paulo

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anuncia aumento de tributos nesta segunda-feira (19) (Foto: Agência Brasil)O ministro da Fazenda, Joaquim Levy
(Foto: Agência Brasil)
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta sexta-feira (23) que o atual modelo de auxílio-desemprego do país está "completamente ultrapassado". A declaração foi dada em entrevista ao jornal "Financial Times", no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Em inglês, Levy utilizou a expressão "out-of-date" (em tradução livre, obsoleto ou ultrapassado) para se referir ao sistema de benefícios previdenciários. Ele citou a necessidade de "livrar-se de subsídios e ajustar os preços" como providências imediatas de sua política fiscal.
No fim do ano passado, o acesso a auxílios previdenciários como pensão por morte e seguro-desemprego ficou mais rigoroso após a edição de medidas provisórias. A medida pode ser considerada uma “minirreforma previdenciária”, parte do pacote do "período de austeridade" anunciado pelo ministro.
As novas regras para a obtenção do seguro-desemprego passam a valer a partir de março e podem restringir o acesso de mais de 2 milhões de trabalhadores, segundo cálculo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que a observação de Levy sobre a legislação do seguro-desemprego "teve como objetivo ampliar o debate pela modernização das regras desse benefício diante das transformações do mercado trabalho nos últimos 12 anos".
Crescimento econômico
Levy também reconheceu que o período de ajuste pode impactar no crescimento econômico. "Acredito que a economia parada não pode ser descartada como uma possibilidade, embora o PIB no Brasil seja resiliente", afirmou à publicação.
Ainda sobre a política de cortes e ajuste fiscal, o ministro acrescentou que "assim que sua equipe colocar a casa em ordem, a reação será positiva", referindo-se à necessidade de estimular a demanda e resgatar a confiança do mercado. Ele reconheceu, contudo, que as medidas anticíclicas tem suas limitações.
O ministro disse também que acredita que suas reformas estão em linha com as tendências internacionais, em particular as políticas para estimular a economia nos Estados Unidos e na China. "O mundo está mudando e é hora de o Brasil mudar", afirmou.
Sobre a presidente
Levy afirmou, ainda, que considera a presidente Dilma Rousseff uma pessoa "muito decidida e que entende suas escolhas".
O ministro disse ao jornal britânico que não está sozinho no governo, argumentando que outras reformas estão sendo feitas em outros ministérios do segundo mandato da petista, como de Energia e Agricultura
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