Os partidos que devem compor a oposição ao governo de Fernando Pimentel (PT) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), liderados pelo PSDB, farão uma reunião na última semana de janeiro para ajustar o grupo e discutir a composição da próxima Mesa Diretora.

Desse encontro pode sair uma surpresa para a base governista, com apresentação de mais um nome para concorrer à presidência da Casa e outro ao posto de primeiro secretário. “Certamente terão candidaturas avulsas nestes dois cargos. Tem gente que está achando que a candidatura do Adalclever Lopes (PMDB) é única e garantida. Na cabeça do PT e PMDB esta questão está consolidada, mas não é bem assim”, disse o deputado Sargento Rodrigues (PDT).

A Mesa Diretora tem sete membros, e a regra é que eles pertençam aos sete partidos com maior representatividade, no caso PT, PMDB, PSDB, PDT, PV, PSD e PTB. “A regra inicial é uma coisa, a política é outra”, ressaltou o deputado.

Além de Adalclever Lopes, são cotados para compor a diretoria da ALMG os deputados Ulysses Gomes (PT), Alencar da Silveira (PDT) e Hely Tarquínio (PV).

De acordo com o deputado João Leite (PSDB), a reunião do bloco de oposição servirá ainda para estabelecer um “bom entendimento” entre eles, evitando eventual “racha”.

Blocão

A expectativa é de que o bloco de oposição tenha 32 deputados ou mais. Para chegar a este número, o grupo deve contar com o PDT. Apesar dos esforços do presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, o partido tende a se colocar do lado contrário do governo de Pimentel em Minas.

O ex-ministro do Trabalho telefonou para os deputados estaduais da legenda em Minas, pedindo que seguissem o alinhamento nacional, no qual o partido compõe a base de presidente Dilma Rousseff (PT). Lupi estaria, inclusive , disposto a vir a Belo Horizonte para se reunir pessoalmente com os parlamentares.

“O Carlos Lupi tem insistido para que a gente fique na base do governo em Minas, para ter simetria com o governo federal. Mas aqui as coisas não caminham assim. O PDT não vai se prestar ao papel de se oferecer para ser base de governo”, disse o deputado Sargento Rodrigues (PDT). Segundo ele, a legenda ainda não foi formalmente procurada pelo governador, nem pelo seu vice, Antônio Andrade (PMDB) para compor o bloco de situação.

Na próxima legislatura, o PDT será um dos sete partidos com maior representatividade na ALMG, com quatro deputados, tornando-se uma legenda cobiçada por ambos os lados.

Rodrigues lembrou que o PDT tem 12 anos de aliança com o PSDB em Minas. E fez o cálculo do tamanho da oposição caso continuem do lado dos tucanos. “O PSDB tem nove parlamentares. PP, PPS e o PTN cada um mais três; o PTB , quatro; e o DEM, dois. Só ai são 24. Com mais três do PSB, que também deve ficar neste grupo, quatro do meu partido (PDT), mais ou menos um do PSD, o deputado Duarte Bechir, que já se declarou oposição, seriam no mínimo 32”, disse.