quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

O governo e o contribuinte


Editorial
Jornal Hoje em Dia
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14/01/2015

O Brasil é realmente um país de contrastes. Nação cujo território tem dimensões continentais, apresenta nuances climáticas, culturais e ambientais variadas. Porém, como sétima economia do mundo, suas maiores diferenças são em termos sociais. Nossa distribuição de renda é uma das piores do planeta. A educação se mescla entre locais de excelência e instituições precárias. O atendimento à saúde é uma lástima.
Parece faltar dinheiro para tudo. Mas essa é uma meia verdade. O Hoje em Dia mostrou nesta semana como prefeitos de municípios às vezes com parcos recursos aumentam os seus salários com viagens fraudulentas e superfaturamento das despesas. No Distrito Federal, o governador que saiu gastou R$ 1,5 milhão na reforma da residência oficial. Ele perdeu a eleição e deixou o caixa sem recursos para merenda escolar, segurança pública e saúde. O governador que assumiu recebeu o Distrito Federal com um rombo de R$ 3,1 bilhões.
No noticiário de desta terça-feira (13), o novo ministro da Fazenda deu a entender que o peso do ajuste da economia vai recair, obviamente, sobre o contribuinte e o consumidor. Apesar de o preço do petróleo estar despencando, vem por aí aumento no preço do combustível e também da energia elétrica. Já a tabela do Imposto de Renda, há muito tempo defasada, deve ter alteração mínima.
No mesmo dia ficamos sabendo que nove entre as 15 regiões que integram a pesquisa mensal do IBGE sobre a indústria amargaram perdas no acumulado de janeiro a novembro de 2014. Ou seja, em tempos de atividade econômica estagnada, temos um ministro que quer apertar ainda mais o cerco tributário. Governos ineptos sempre lançam mão do aumento de impostos para compensar sua ineficiência na gestão da coisa pública.
Empresários se indignaram ao saber das intenções de Joaquim Levy. Em vez de cortar os gastos do governo, prefere investir contra os contribuintes e as empresas, disseram. E ao retirar capital dos consumidores e dos meios de produção, como é que a economia será reativada?
Também nesta terça-feira a presidente do país reajustou os salários do ministros do Supremo, de R$ 29 mil para R$ 33 mil. O efeito em cascata não tardará em todo o Judiciário. Com essas e outras medidas, não há arrecadação que aguente.

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