O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), determinou a criação de um grupo de trabalho para estudar a revisão do salário dos professores, especialistas em educação básica e inspetores escolares. A medida foi promessa de campanha do petista e ocorre paralelamente às negociações do Executivo para reajustar o salário de seu secretariado em cerca de 40%, conforme anunciado com exclusividade pelo Hoje em Dia.
O Diário Oficial do Estado, o “Minas Gerais”, publicou nesta quarta-feira (14) a composição da comissão. Ela será formada por membros das pastas de Governo; da Fazenda; da Casa Civil e Relações Institucionais; e da Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Prodemge).
Das entidades representativas da categoria serão indicados dois membros do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind–UTE) e da Associação de Diretores das Escolas Oficiais de Minas Gerais (Adeomg).
O Executivo não informou se o que estará em discussão é um reajuste salarial ou o pagamento do piso nacional de R$ 1.917,78 para uma jornada de 40 horas. Os deputados da base de Pimentel não atenderam as ligações para comentar o assunto.
Em nota enviada à imprensa, o governo de Minas afirmou que o grupo de trabalho faz parte do compromisso assumido por Fernando Pimentel de “estabelecer um espaço de diálogo amplo e permanente com os educadores mineiros, com o objetivo de discutir a reestruturação e a valorização da carreira dos servidores da Educação”. Desde que assumiu o cargo, Pimentel havia criado a comissão de auditoria nas contas do Estado.
Para a presidente do (Sind–UTE), Beatriz Cerqueira, esse grupo só terá efeito se for cumprido o pagamento do piso nacional. Em 2010, o então governador Antonio Anastasia (PSDB) criou uma comissão com o mesmo fim. Mas segundo Beatriz Cerqueira, a promessa de pagar o piso foi “descumprida”.
O deputado João Leite (PSDB), umas das lideranças da oposição na Assembleia Legislativa, rebateu a sindicalista. “O governo tucano cumpriu o que havia sido acordado, que era juntar tudo em um subsídio”.
“O PT que sempre teve uma posição contrária a isso e exigia que fosse pago o piso de 40 horas para uma jornada de 24 horas, que é a que temos em Minas. Agora, o mínimo que vamos cobrar é a mesma postura que ele defendia durante a greve dos professores e na campanha eleitoral”.