quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Com o pé no freio, Pimentel manda segurar nomeações

ECONOMIA

Ordem, diz uma fonte, é que secretários indiquem comissionados no limite de 75% das exonerações

POSSE DO GOVERNADOR
Cortes. Governador ordenou ainda o cancelamento de gratificações autorizadas pela gestão passada
PUBLICADO EM 14/01/15 - 04h00
Diante de um cenário de muitas contas a pagar e um saldo incerto em caixa, o governador Fernando Pimentel (PT) começa o governo com o pé no freio. A ordem do petista aos seus secretários tem sido deixar 25% dos cargos comissionados abertos para conter as despesas. Pimentel também antecipou ao primeiro escalão que pode ter que economizar em outras áreas, mas ainda não repassou a sua equipe quais as pastas ou os projetos que podem ser atingidos.
 

Desde que assumiu, no último dia 1º, Pimentel exonerou 120 pessoas e em contrapartida, nomeou menos da metade. No mesmo período 54 foram conduzidas a um posto na Cidade Administrativa, segundo balanço do próprio governo. O Estado ainda está analisando a herança que encontrou da administração passada para definir se novas nomeações serão realizadas. “Na primeira reunião com Pimentel e toda a equipe de secretários ele ordenou que todos nós deixássemos 25% das vagas de amplo recrutamento livres. Ele deixou claro que o objetivo é economizar”, confidenciou um dos secretários de Fernando Pimentel.

A orientação será executada da seguinte maneira, segundo fontes próximas ao comando petista: à medida que as exonerações forem concretizadas, as reposições serão feitas até o limite de 75%.
O Estado tem hoje 15.682 cargos comissionados ocupados – por servidores efetivos ou nomes de recrutamento amplo. A orientação do governador é que todos os titulares façam uma análise da sua secretaria e avaliem a atual estrutura de cargos e possíveis alterações, incluindo cortes de pessoal para conter gastos. Os 25% do total de comissionados representam 3.920 cargos.
Além das exonerações, até o momento, o governo dispensou outras 33 pessoas das funções e postos que ocupavam, segundo o “Diário Oficial do Estado”.

Ainda no pacote de contenções está a manutenção da suspensão de alguns contratos realizados ainda durante o antigo governo, além do cancelamento de gratificações de servidores que haviam sido autorizadas no fim da gestão tucana.

Diagnóstico. O resultado da auditoria que é realizada nas contas deixadas pela gestão do PSDB é o principal documento aguardado pelo novo governo. A previsão é que o relatório que irá nortear os investimentos e possíveis contenções fique pronto até o fim de março. Até lá, a ordem é apertar o cinto.

Reajuste. Também está sob análise o aumento dos salários dos servidores. Na Assembleia, a base está orientada a não deixar passar o projeto que prevê aumento de 4,62% para o funcionalismo. O impacto anual seria de R$ 706,8 milhões. O texto será enterrado em 1º de fevereiro, com o início da nova legislatura. Por meio de sua assessoria, o governo informou que aguarda o resultado da auditoria para se posicionar sobre o reajuste.
Gratificações
Canceladas
. Pimentel também revogou 16 atos do então governador Alberto Pinto Coelho (PP), que concedeu gratificações temporárias para diversos aliados nos últimos dias de governo.

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