quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Ajuste na economia expõe realidade oculta na eleição


Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br

21/01/2015

Se o marketing eleitoral dela dizia que a candidata presidencial Marina Silva (PSB) iria tirar a comida da mesa do brasileiro e que o tucano Aécio Neves adotaria medidas impopulares em função do discurso e posição deles, a presidente Dilma Rousseff (PT) está provando, agora, que os rivais estavam certos. Durante toda a campanha, Dilma negou que o cenário era de dificuldades e que tudo estava sob controle e em ascensão. Menos de um mês depois do início do segundo mandato, ela lança pacote com medidas que, de tão duras, não eram vistas desde o lançamento do Plano Real (1994).
Até aqui, foram quatro petardos. O primeiro foi a redução de subsídios nos empréstimos do BNDES; o segundo, maiores restrições a benefícios, como seguro desemprego, auxílio-doença e pensão por morte; o terceiro, os cortes (antecipados) no orçamento da União (ainda não existente), de quase R$ 2 bilhões por mês; e o quarto, e último até agora, aumento de uma série de impostos para faturar R$ 20 bilhões neste ano. Não se inclui aqui o veto à correção em 6,5% da tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas: vai ficar em 4,5%, abaixo da inflação. A taxa de juros do financiamento habitacional da Caixa subiu na última segunda-feira.
Em um período de só dois meses, dezembro e janeiro, a gasolina vai subir duas vezes e uma terceira após 90 dias. Já subiu na bomba em dezembro (3%); a segunda, pelo aumento do PIS/Cofins no dia 1º de fevereiro; e o terceiro, após o retorno da Cide (tributo regulador do preço de combustíveis), zerada desde 2012. Não fosse o apagão de segunda-feira (19), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) teria divulgado ontem o aumento bilionário para as empresas de energia, com repercussão para o consumidor. Falam em duas pauladas de 20% cada.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que as medidas darão “equilíbrio fiscal”, irão “aumentar a confiança da economia” e que elas representam “sacrifício menor para retomar o caminho do crescimento”. E se não derem certo, ministro?

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